A Confederação do Comércio de Portugal (CCP) diz que se verificou uma “explosão” das vendas online na época de Natal.
Apesar de ainda não ter números finais, vice-presidente da CCP, Vasco de Mello, admite, na Renascença, que foi no online que o comércio conseguiu superar as dificuldades, graças a um crescimento superior a 10 por cento. Po sua vez, o comércio de rua obteve números idênticos aos do ano passado.
“Há duas realidades. No comércio de rua, as coisas correram em linha com aquilo que aconteceu com 2023, manteve-se muito calmo. A outra realidade é a realidade do online que, entretanto, explodiu, houve um maior consumo através do online, terá um crescimento a dois dígitos”, diz.
Na visão do vice-presidente da CCP, o crescimento do online pode trazer dois problemas: a possibilidade de mais despedimentos e o crescimento da insegurança nas ruas, sobretudo dos centros históricos das cidades.
“Poderá acontecer e a nossa maior preocupação é com os centros urbanos, porque os centros urbanos dependem muito do comércio independente e daí haver um esforço de digitalização desse comércio independente”, assinala Mello.
“Isso pode-se tornar numa realidade e pode-se tornar uma realidade muito desagradável para os centros urbanos, porque no centro urbano com menos comércio, por definição, torna-se um centro urbano menos seguro e, portanto, a questão do online é uma questão que terá que ser vista com muito cuidado”, adverte.
De acordo com Vasco de Mello, foi no distrito de Braga que menos se comprou este Natal. Região essencialmente têxtil, não resistiu às dificuldades das empresas. O responsável admite que os despedimentos dos últimos meses poderão ter levado as pessoas a comprar menos.
“Há alguma quebra de consumo na região de Braga, Fafe e Vale do Ave, ou seja, zonas industriais muito dependentes das exportações em que a quebra de encomendas vindas principalmente da Alemanha estão a gerar desemprego e alguma retração de consumo”, aponta.
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