Adotar políticas de incentivo a aviões com maior capacidade de transporte e desviar o tráfego não comercial para outras infraestruturas, são estas duas das principais propostas da Comissão Técnica Independente (CTI) responsável por avaliar alternativas ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Num relatório divulgado esta segunda-feira, uma análise de curto prazo da situação atual do aeroporto de Lisboa, a Comissão Técnica Independente sugere que se oriente o centro das intervenções para soluções de novas infraestruturas “imediatas, expeditas e não limitativas da operação corrente”.
O organismo propõe ainda soluções de “otimização operacional que promovam a eficiência do uso da capacidade instalada” e a criação de um novo terminal.
“A criação de um novo terminal T3, com acesso direto ao exterior e respetivas platformas e taxiways de acesso” na zona militar de Figo Maduro é o que a comissão propõe, zona essa que teria de ser transferida para outra base aérea até existir um novo aeroporto de Lisboa.
Desvio de tráfego não comercial
No mesmo relatório, é também sugerido que todo o tráfego não comercial seja redistribuído por outros aeroportos do país. Nesse sentido, é proposto:
- que o tráfego civil seja desviado para Cascais;
- que o tráfego militar (VIP) seja reorientado para uma base aérea que não impacte com a operação do Humberto Delgado, a analisar com a Força Aérea Portuguesa (FAP)
- tráfego charter não regular desviado para a base aérea de Beja e operações exclusivas de carga
O documento aponta ainda melhoramentos tecnológicos que permitam uma “gestão mais eficiente dos fluxos de tráfego” e o uso de “modelos de simulação para melhorar a coordenação do lado ar e terra em aeroportos”.
Na semana passada, a CTI tinha disponibilizado a versão mais recente do Relatório de Fatores Críticos para a Decisão (RFCD), para avaliar as “opções estratégicas para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa”.
Essa versão já integra os contributos recolhidos até ao início de agosto em consulta pública, “sendo fruto de um amplo processo de participação pública”, destaca a Comissão Técnica.
“Todo este processo é um sinal de mais participação, mais transparência, mais ponderação de diferentes perspetivas na escolha e na decisão”, destaca Maria do Rosário Partidário, coordenadora geral da CTI, citada no comunicado.
O relatório final de avaliação das opções estratégicas será disponibilizado para consulta pública até 31 de dezembro.
[atualizado às 12h47]
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