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A ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos revelou esta segunda-feira que as compensações pagas aos clientes da E-Redes, antiga EDP Distribuição, por interrupções no serviço, quase duplicaram em 2021, sobretudo devido à vaga de frio em janeiro e fevereiro.
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A entidade, que esta segunda-feira publicou o Relatório da Qualidade de Serviço Técnica do setor elétrico referente a 2021, descobriu que “em termos percentuais, verificou-se em 2021 um aumento de 87% do número total de incumprimentos dos padrões individuais de continuidade de serviço face ao ano anterior. No que diz respeito ao valor das compensações pagas aos clientes, o montante total foi 93% superior ao montante pago no ano anterior”, indicou a ERSE.
O regulador referiu que o “incremento verificado em 2021, ao nível do número de incumprimentos dos padrões individuais de continuidade de serviço e dos respetivos valores de compensação, ficam a dever-se, fundamentalmente, a interrupções resultantes da grande vaga de frio, que afetou especialmente a região de Lisboa em janeiro e fevereiro de 2021, situação esta agravada pelos elevados consumos residenciais resultantes do confinamento imposto pela pandemia de covid-19”.
Segundo a ERSE, “tratando-se de zonas de qualidade de serviço, predominantemente, do tipo A, com padrões de continuidade de serviço mais exigentes, as interrupções de alimentação registadas traduziram-se num grande aumento dos valores de compensação aos respetivos clientes”.
Foram pagos aos clientes 596 190 euros a título de compensação, de acordo com o relatório.
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Ainda assim, a ERSE disse que “em Portugal continental, a E-Redes [antiga EDP Distribuição] apresenta um desempenho da rede de distribuição em linha com o verificado em 2020”.
O regulador concluiu ainda que “na Região Autónoma dos Açores, registou-se em 2021 uma degradação dos indicadores gerais de continuidade de serviço face ao ano anterior, tendo contribuído para este agravamento o aumento das interrupções acidentais com origem na produção e nas redes”.
Por sua vez, na “Região Autónoma da Madeira, verificou-se também em 2021 uma degradação dos valores dos indicadores de continuidade de serviço. Para esta degradação, contribuíram interrupções resultantes de eventos excecionais ocorridos nos dias 27 e 28 de março de 2021, na ilha da Madeira”. Nesses dias, a região registou dificuldades devido ao mau tempo que se fez sentir.
“Em 2021, todos os padrões gerais de continuidade de serviço foram respeitados pelos diversos operadores das redes, como a REN – Rede Eléctrica Nacional, a E-Redes, a EDA – Electricidade dos Açores, a EEM – Empresa de Electricidade da Madeira e os dez operadores da rede de distribuição exclusivamente em baixa tensão que operam em Portugal continental”, referiu a ERSE.
De acordo com o regulador, “no caso da Rede Nacional de Transporte, os indicadores gerais de continuidade de serviço traduzem a continuação do seu bom desempenho, demonstrando o elevado nível de fiabilidade desta rede”.
“A qualidade de serviço técnica é influenciada pelos vários agentes da cadeia de valor do sistema elétrico de energia, nomeadamente os centros eletroprodutores, os operadores das redes e os clientes, e por agentes externos que impactam as instalações de produção e as infraestruturas de distribuição, em que se incluem os eventos climatéricos extremos”, salientou a ERSE, indicando que “neste relatório, a qualidade de serviço técnica é avaliada em função da qualidade percecionada pelos clientes e pelo desempenho dos vários operadores de redes”.
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