O processo de venda da filial de Espanha da Caixa Geral de Depósitos vai entrar na reta final com três propostas vinculativas. Os bancos espanhóis Abanca e Cajamar e o fundo norte-americano Cerberus apresentaram na segunda-feira as suas propostas de compra da Caixa Geral, praticamente dois meses depois de terem sido selecionados pelo Governo.
O Abanca é o candidato que parte na frente das apostas do sector financeiro, de acordo com a imprensa espanhola. “Abanca já disse e tem demonstrado que quer crescer com aquisições. O seu objetivo é tentar colocar-se como o maior banco de média dimensão. É um banco muito ambicioso”, referem fontes financeiras ao jornal Cinco Días.
Esta entidade tentou, no passado, a compra da unidade espanhola do Deutsche Bank, mas ficou apenas com a filial portuguesa, no final de março. O antigo Caixa Galicia, antes disso, já tinha comprado a unidade de serviços financeiros do antigo Banco Popular.
O Cajamar é o segundo candidato à compra da Caixa Geral. Considerada a maior cooperativa de crédito espanhola – que funciona de forma semelhante ao Crédito Agrícola em Portugal – conta com 3,5 milhões de clientes e está sediada em Almería, na região da Andaluzia. A aquisição da filial portuguesa da CGD permitiria a expansão dos seus serviços a todo o território espanhol.
O fundo norte-americano Cerberus tornou-se conhecido dos portugueses em 2015, na sequência da primeira tentativa de venda do Novo Banco. Os norte-americanos, na altura, ficaram pelo caminho antes da última ronda de negociações.
Na operação da CGD em Espanha será dada preferência a compradores que assegurem a continuidade do relacionamento com a comunidade portuguesa ou clientes com ligações especiais a Portugal. Ou seja, apresentar a proposta mais valiosa pode não ser suficiente para ficar com a filial Caixa Geral.
A redução da operação da CGD fora de Portugal, incluindo em Espanha, foi acordada em 2017 com a Comissão Europeia como contrapartida da recapitalização do banco público. A CGD detém em Espanha uma rede comercial de 110 balcões e mais de 500 trabalhadores.
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