Os concelhos do norte do país foram os que mais agências bancárias perderam nos últimos 10 anos, em termos relativos. Entre 2008 e 2018, entre os dez municípios que mais balcões viram encerrar, metade encontra-se na região norte.
Neste lote estão os concelhos de Santa Maria da Feira com menos 58 balcões (-81%), Oliveira de Azeméis que perdeu 23 agências (-68%), Mealhada (-62%), Viana do Castelo (-53%), Trofa (-52%) e Maia (-51%).
Os dados constam das séries longas do setor bancários, divulgadas na semana passada pelo Banco de Portugal e que abrangem o período entre 1990 e 2018, quase três décadas de informação sobre os bancos portugueses. O ano de 2010 foi o que registou o maior número de agência no país, num total próximo de 6 500 balcões. A partir daí foi sempre em perda, em especial a partir de 2013, atingindo as 4 054 no final do ano passado.
Mas também houve casos de aumento do número de balcões nos últimos dez anos. O “top 10” é liderado pelo concelho da Murtosa que ganhou 12 agências, passando de seis para 18 o que corresponde a uma subida de 200%. Segue-se Velas de São Jorge, nos Açores, que em 10 anos ficou com mais seis balcões e na Madeira, o concelho de São Vicente conseguiu ganhar mais quatro agências, mais uma do que Vieira do Minho. Mas em termos absolutos foi o município de Ovar, no distrito de Aveiro que mais engrossou o número de agências, ganhando 14 balcões em 10 anos.
Regiões do interior e Açores com menos agências
Há 24 concelhos em Portugal com menos de três agências bancárias, sendo que Vila Velha de Ródão e Vila Nova da Barquinha tinham apenas uma agência cada um no final de 2018.
Vila Velha de Ródão teve duas agências entre 1993 e 2014, sendo que desde 2015 tem apenas uma. Já Vila Nova da Barquinha teve duas agências desde 1990, o início da série, sendo que em 2016 passou a ter apenas um balcão.
Já concelhos com apenas duas agências bancárias são 22, situados sobretudo em regiões do interior de Portugal continental e nos Açores, sendo esses Almodôvar, Barrancos, Cuba, Freixo de Espada à Cinta, Vila de Rei, Góis, Penela, Mourão, Fornos de Algodres, Manteigas, Castanheira de Pera, Alter do Chão, Arronches, Castelo de Vide, Nisa, Chamusca, Constância, Golegã, Sardoal, Corvo, Lajes das Flores e Santa Cruz das Flores.
Há ainda 49 concelhos que, no final de 2018, tinham apenas três balcões. Esses municípios são Alvito, Ferreira do Alentejo, Mértola, Ourique, Vidigueira, Terras de Bouro, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Penamacor, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra, Vila Nova de Poiares, Alandroal, Portel, Alcoutim, Castro Marim, Monchique, Vila do Bispo, Celorico da Beira, Meda, Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Crato, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Alpiarça, Ferreira do Zêzere, Paredes de Coura, Boticas, Mesão Frio, Murça, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Armamar, Penalva do Castelo, Penedono, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tarouca, Vila Nova de Paiva, Calheta S. Jorge, Vila do Porto, Ponta do Sol, Porto Moniz, Porto Santo, Santa Cruz, Santana.
Em sentido oposto, os concelhos com mais agências bancárias são Lisboa (392), Porto (171) e Sintra (95), acompanhando a dimensão da população e o tecido económico.
O ‘top 10’ dos concelhos com mais balcões é ainda composto por Cascais (74), Oeiras (65), Braga (65), Coimbra (62), Loures (58), Matosinhos (55), Almada (54).
Segundo os dados do Banco de Portugal, na última década (2008-2018), foram encerradas cerca de duas mil as agências.
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