O presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia, cónego Paulo Franco, defende que se deve repensar as políticas económicas, de forma a melhor servir as pessoas, em vez de procurar o “lucro pelo lucro”.
No discurso, em vídeo, de abertura da conferência “Portugal: Um país condenado a ser pobre?”, organizada pela Renascença, em conjunto com a Câmara Municipal de Gaia, Paulo Franco afirma que “urge que os vários atores da sociedade portuguesa repensem a sua estratégia de ação” de forma a inverter a tendência de empobrecimento do país “e que se repense o modelo económico que adotamos e que não está a responder a esta realidade”.
“Enquanto o lucro pelo lucro for o objetivo da economia, não sairemos desta espiral negativa. É importante rever a distribuição da riqueza e como ela é dedicada às pessoas e à dignidade humana. A economia tem de estar ao serviço das pessoas. O lucro não pode ser o primeiro nem o principal objetivo das políticas económicas.”
Responder “de forma ativa” à pobreza
Segundo um estudo de 2022 do Instituto Nacional de Estatística, sem os apoios estatais cerca de 42% da população em Portugal estaria em risco de cadência e que, hoje em dia, a pobreza abrange cerca de 17% da população:
“São números muito preocupantes, muito sérios, que não nos podem deixar indiferentes. É um tema acerca do qual a Renascença, pelo seus valores, pela sua missão não poderia colocar-se de parte. O Grupo Renascença olha para as questões da pobreza com muita preocupação e muito sentido de responsabilidade. Por isso estamos envolvidos não apenas no debate, mas também na ação, no sentido de formar um país diferente, um país novo, que responda de forma ativa à pobreza.”
“Se queremos combater a pobreza, não podemos tolerar realidades que não permitam as pessoas respirar e as levam a um endividamento cada vez maior. Na verdade, é isso que vamos vendo na nossa sociedade e é urgente resolver isto e encetar em caminhos que nos permitam resolver isto”, acrescenta.
Paulo Franco diz querer acreditar que “não estamos condenados a viver num país desigual e a ser cada vez mais pobres”.
“Quero acreditar que as nossa lideranças saberão encontrar formas e caminhos para inverter estas tendências”, rematou.
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