//Congresso no Alentejo. Acidente de Borba “mudou paradigma da zona dos mármores”

Congresso no Alentejo. Acidente de Borba “mudou paradigma da zona dos mármores”

Para ajudar neste “trabalho mais micro”, a associação aposta na criação de comissões de gestão para ajudar as empresas “a planear de forma integrada”, atendendo “às particularidades de cada núcleo e de cada território”, num trabalho “concertado com todas as entidades para transformar o paradigma dos mármores”.

“Mesmo antes do acidente de Borba, a zona dos mármores já não tinha o fulgor económico de outros tempos”, sublinha, recordando que “têm lá todo potencial geológico com viabilidade económica e nós temos que alterar este paradigma, para que voltemos a ter o fulgor que a região merece”.

Nelson Cristo defende, por isso, “um planeamento integrado”, dando “corpo e estrutura a estas comissões de gestão, para que aconteçam de forma regular e possam ajudar a captar investimento tão necessário para a região”.

Passado, presente e futuro da pedra natural

O Congresso Internacional “Mármore do Alentejo: da História ao Património. O caso da Indústria Portuguesa no Mercado Global das Rochas Ornamentais”, acontece no âmbito da 3ª fase do projeto PHIM – Património e História da Indústria dos Mármores.

Iniciado em 2012, o estudo sobre o PHIM, segundo a CECHAP, procura “contribuir fortemente para criação de uma nova narrativa de matriz cultural”, e, através do “conhecimento histórico e patrimonial, e da sua difusão”, alavancar “o turismo cultural na geografia do Anticlinal (concelhos de Borba, Estremoz, Sousel e Vila Viçosa) e nos municípios limítrofes”.

Neste congresso, que decorre até quarta-feira, dia 27, na cidade de Évora, os promotores procuram intensificar “o diálogo entre a ciência, os atores da economia das rochas ornamentais, os decisores políticos e a sociedade civil em geral”, aproveitando o conhecimento do passado, mas perspetivando o futuro desta indústria através de novas abordagens.

Organizado em diversos painéis, compreende áreas que vão desde a Arqueologia e Geologia, à História, nas vertentes da Arte e Património, da Economia e do Direito. Motivo de abordagem, são também as preocupações nos domínios do recurso mármore, as questões sobre a paisagem, a sustentabilidade e conservação do património, a preservação da memória coletiva, a inovação e a criação artística.

Por outro lado, pretende-se destacar a importância dos mármores do Alentejo, enquanto “recurso natural, utilizado pelo homem ao longo da sua história”, refletir “perante os desafios colocados em cada um dos seus momentos cíclicos, áureos ou de declínio”, e a necessidade da sua “reinvenção perante futuros desafios económicos e sociais”.

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