O Conselho das Finanças Públicas (CFP) considera que o cenário macroeconómico traçado pelo Governo na sua proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE 2023) é “globalmente coerente” com as restantes previsões para a economia portuguesa, em função da inflação, da crise económica europeia e do conflito na Ucrânia, pelo que “endossa” a proposta.
Em parecer divulgado esta segunda-feira, o CFP assinala a recente evolução da economia e da conjuntura envolvente, que impõe “sérios entraves” à comparação do cenário previsto no OE 2023 com as previsões anteriores
realizadas pelo Ministério das Finanças.
Com o conflito armado na Ucrânia e consequente crise energética, a par da inflação, a atual conjuntura é de “elevada incerteza, que se tem
traduzido numa deterioração, para 2023, das perspetivas de crescimento da
atividade económica e de evolução dos preços nos principais parceiros económicos
de Portugal”, aponta o CFP.
“O cenário macroeconómico subjacente [ao OE 2023] é globalmente coerente com as
restantes projeções para a economia portuguesa que incorporam a informação mais
recente da evolução dos impactos na economia nacional da inflação, da política monetária
na Área do Euro e do conflito na Ucrânia”, lê-se em comunicado.
O CFP conclui que, ponderados os riscos do cenário desenhado pelo Ministério das Finanças, a incerteza do panorama macroeconómico atual e as projeções feitas pelo próprio organismo e o Banco de Portugal, o cenário subjacente ao OE 2023 “afigura-se como provável”.
O CFP teve em conta, na sua análise, fatores como os efeitos da das disrupções de gás via Nord Stream 1 e a deterioração “dramática” nos
custos do gás e da eletricidade na Europa, a degradação dos indicadores externos nos
principais parceiros económicos de Portugal nos últimos meses e o aumento do risco de recessão em 2023.
[notícia atualizada às 16h06]
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