O Conselho Europeu de Inovação (CEI) pretende ter um orçamento de 10 mil milhões de euros para o período 2021-2027, negociado no quadro dos apoios a sete anos da União Europeia, divulgou aquele organismo.
“Com um orçamento mínimo de 10 mil milhões de euros no período 2021-2017, acreditamos que o CEI irá fomentar oportunidades para ideias visionárias, tecnologias de ponta e inovação na Europa, angariando ao mesmo tempo entre 30 a 50 mil milhões de euros de outros investidores”, pode ler-se num comunicado do organismo, ainda em fase piloto, assinado pelos vários membros do CEI.
Os conselheiros, entre os quais o português Carlos Oliveira (antigo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação), relembram que, até agora, o piloto do CEI “já demonstra o impacto do financiamento para atrair outros investidores”.
“Até agora, cada euro de apoios do CEI a uma ‘startup’ ou PME [sigla de pequenas e médias empresas] acionou investimentos subsequentes de 2,4 euros”, pode ler-se no comunicado deste conselho, lançado em 2017 e ainda em fase piloto, à espera da implementação completa a partir de 2021.
O CEI defende que o seu orçamento “deve ser maximizado de forma a concretizar o impacto potencial de outros investimentos em investigação nacional e da UE em programas inovadores”, sendo “vital para gerar impactos a partir de outros programas, como o Conselho Europeu de Investigação, o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia e as Comunidades de Conhecimento e Inovação”.
Nos últimos nove meses, “mais de 7.500 ‘startup’ e PME candidataram-se a mais de 20 mil milhões de euros do piloto do CEI”, tendo metade deste montante sido direcionado ao financiamento de ações, “demonstrando o grande intervalo de mercado em investimentos prematuros e de alto risco”.
No futuro, o CEI pretende ser “único a combinar um programa de investigação avançada em ciência e tecnologia com um programa acelerador para ‘startup’ e PME”, integrando subvenções europeias com um fundo de investimento.
“O CEI desafiará preconceitos do sistema, que tendem a discriminar o pensamento não convencional, mulheres inovadoras, os que ainda não estão no mercado e quem está em regiões longe dos principais centros de inovação”, pode ler-se na carta.
Para tal, o CEI “tem de aceitar ideias de alto impacto, que normalmente são consideradas de muito alto risco para investimentos comuns”, sendo necessário estar “preparado para ser paciente e aceitar falhanços que são inerentes à investigação tecnológica de ponta, especialmente em tecnologia profunda ligada à ciência”.
Em resposta à pandemia de covid-19, o organismo piloto criado pelo antigo comissário europeu Carlos Moedas afirma já ter recebido, “numa questão de dias”, pedidos de financiamento de “cerca de 1.400 ‘startup’ e inovadores” para o desenvolvimento de mecanismos inovadores de combate à crise.
“Este é um momento de mudança real para a Europa, onde estamos não só a pôr-nos a par com os nossos concorrentes, mas a andar para a frente”, conclui o comunicado do CEI.
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