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O antigo vice-governador do Banco Central Europeu (BCE) Vítor Constâncio defendeu hoje ser do interesse dos bancos oferecer soluções para famílias em dificuldades, como o aumento da maturidade dos créditos, ou a alteração do perfil temporal do pagamento de juro.
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Em entrevista escrita à agência Lusa, o ex-governador do Banco de Portugal (BdP) e ex-vice do BCE considerou que a banca deve evitar uma subida do malparado, daí o interesse em oferecer hipóteses de resolução dos problemas a famílias em dificuldades económicas neste período.
“É do interesse dos bancos oferecerem soluções de reajustamento daquelas prestações, sem redução do crédito devido, seja aumentando a maturidade dos créditos e/ou alterando o perfil temporal do pagamento de juros, para os clientes em maiores dificuldades e para manter os seus compromissos nesta fase”, afirmou.
Vítor Constâncio recordou que estas soluções têm “acontecido em maior grau em vários países europeus”.
O antigo responsável do BCE e do BdP salientou que “os níveis de capitalização dos bancos são muito mais elevados do que antigamente em todos países Europeus e também em Portugal”, mas alertou que “é necessário que os bancos não deixem subir muito o crédito malparado que pode resultar dos enormes aumentos dos pagamentos das prestações do crédito à habitação, dada a subida das taxas de juro pela política monetária”.
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“Apesar da robustez da posição de capital, uma subida do crédito malparado poderia afetar os ratings dos bancos”, adverte.
Questionado sobre qual deverá ser a melhor estratégia para a gestão da dívida pública perante a atual conjuntura, defendeu que “o essencial é que a dívida pública continue a diminuir significativamente e possa brevemente situar-se abaixo dos 100% do PIB”, uma vez que “Portugal continua a ser o terceiro país mais endividado da área do euro e o elevado endividamento tem um efeito negativo no crescimento a médio e longo prazos”.
Vítor Constâncio prevê ainda que “depois de um crescimento superior a 2% este ano”, o Produto Interno Bruto (PIB) português irá crescer cerca de 1,5% em 2024.
O ex-vice do BCE revela ainda confiança de que há sinais de a inflação começar a estar controlada, argumentando que os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) apontam para que a inflação nacional se aproxime mais rapidamente do objetivo de 2% de inflação, o que é encorajador”.
“Por outro lado, os números do INE indicam que as remunerações médias por trabalhador subiram de janeiro a junho 7,2%. Após a perda de salários ajustados à inflação no ano passado, este ano as remunerações reais estão a aumentar, o que é também muito positivo”, acrescentou.
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