O ex-governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, omitiu do parlamento que, em 2007, quando era governador do Banco de Portugal (BdP) autorizou o empresário Berardo a levantar 350 milhões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para comprar ações do BCP.
A notícia é avançada hoje pelo jornal Público, e coloca em causa o depoimento de Constâncio, no dia 28 de março, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da CGD, ocasião em que o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu disse que o BdP não podia saber que a CGD ia financiar Berardo, antes de o crédito ser dado.
No entanto, segundo o Público, no dia 21 de agosto de 2007, o conselho de administração do Banco de Portugal, na altura presidido por Vítor Constâncio, reuniu-se e tinha na agenda a autorização deste empréstimo do banco público ao empresário, para compra de ações do BCP, numa altura em que decorria uma guerra de poder pelo controlo do banco privado.
Segundo documentação a que o Público teve acesso, o Banco de Portugal recebeu informação sobre o pedido de reforço da posição de Berardo no BCP de 3,99% para 9,99% no dia 7 de agosto de 2007. Nesse dia, a Fundação Berardo deu conhecimento ao departamento de supervisão bancária do BdP que planeava investir no BCP com “recurso a fundos disponibilizados pela CGD, através de conta-corrente, celebrado a 28 de maio de 2007, até ao montante de 350 milhões de euros pelo prazo de cinco anos”.
Vítor Constâncio, que presidiu à reunião do conselho de administração no dia 21 de agosto de 2007, terá aprovado a operação, “com toda a informação na sua posse”, escreve o Público.
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