//Consumidores europeus apoiam lei forte para produtos livres de desflorestação

Consumidores europeus apoiam lei forte para produtos livres de desflorestação

Oito em cada 10 europeus, em nove países da União Europeia, incluindo Portugal, apoiam uma lei forte para defender produtos livres de desflorestação, revela um inquérito divulgado hoje pelas associações Deco e Zero.

O estudo abrangeu 9.000 pessoas (mil em cada país) e destinou-se a aferir a opinião dos cidadãos sobre a regulamentação de produtos “livres de desflorestação e degradação florestal”.

As conclusões, conhecidas por ocasião do Dia da Amazónia, indicam que a proteção das florestas é um tema prioritário para os europeus e “crítico” para os portugueses. Oito em cada 10 portugueses apoiam “uma lei para produtos livres de desflorestação forte”, lê-se no documento divulgado pela Defesa do Consumidor em parceria com a associação ambientalista.

Os consumidores portugueses, segundo a informação divulgada, “não querem” produtos que causem desflorestação.

As organizações frisam que a sondagem mostra “um apoio inequívoco dos cidadãos” à nova legislação, a poucos dias da discussão, no Parlamento Europeu (13 de setembro), de uma proposta de regulamento que visa garantir que as cadeias de abastecimento europeias não causam desflorestação.

“A esmagadora maioria dos europeus (82%) acredita que as empresas não devem vender produtos que destroem as florestas do mundo e 78% consideram que a comercialização de produtos que conduzem à desflorestação deve ser proibida”, argumentam as organizações, num documento que acompanha a divulgação do inquérito.

A destruição e degradação das florestas é vista pelos inquiridos como o problema ambiental mais preocupante (77%), seguindo-se a poluição do ar (74%).

“Para os portugueses esta preocupação é ainda mais marcante, com 91% dos inquiridos a afirmar uma preocupação extrema ou moderada”, sublinham as associações.

As grandes empresas foram identificadas como as principais responsáveis na proteção das florestas no mundo (46%), a par de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU), os governos nacionais e a União Europeia (44%, 42% e 39%, respetivamente).

As grandes empresas foram também identificadas como tendo “o pior desempenho” no cumprimento desta missão por 64% dos inquiridos.

A extração de madeira, a agricultura industrial e o setor da energia são vistos como aqueles que mais contribuem para desflorestação. A produção de carne e as rações à base de soja estão entre os quatro domínios considerados mais ligados à desflorestação, numa lista liderada pelo mobiliário e o óleo de palma.

O inquérito foi realizado entre 10 de julho e 28 de julho.

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