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O consumo de energia no mercado livre caiu 8,8% em fevereiro, em comparação com o período homólogo, mas o número de clientes avançou 1,6%, segundo dados da ERSE.
“Em termos homólogos, o número de consumidores no ML [mercado livre] cresceu 1,6%, enquanto o consumo no ML decresceu cerca de 8,8%”, lê-se no Boletim do Mercado Liberalizado de Eletricidade – fevereiro de 2021 da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
Em fevereiro, o mercado livre registou 5,3 milhões de clientes e 39.676 gigawatts por hora (GWh) de consumo anualizado, mais 7,8 mil clientes e menos 2.295 GWh de consumo, face a janeiro.
Segundo o regulador, a queda de consumo anualizado em fevereiro é impactada pela pandemia de covid-19.
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Os dados hoje divulgados revelam ainda que a “quase totalidade” do número de clientes no mercado livre concentra-se no segmento dos clientes residenciais (98,9%).
Este segmento representa 41,1% do consumo no mercado liberalizado, mais 4,6 pontos percentuais face ao período homólogo.
Seguem-se os clientes industriais (31,4%) e os grandes consumidores (21%).
Já o segmento dos pequenos negócios é o que apresenta “menos representatividade” em termos de consumo (6,4%), com uma redução, em fevereiro, de 1,3 pontos percentuais (p.p.) em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Em fevereiro, o ML representou 85% do número total de clientes e 95% do consumo em Portugal, uma progressão de 1,1 p.p. e uma redução de 0,1 p.p., respetivamente.
Por segmento, no dos pequenos negócios, 97,1% dos clientes são fornecidos por um comercializador do ML, “sendo o seu consumo 98,2% do consumo global deste segmento”.
Já o segmento de clientes residenciais “é o que continua a apresentar menor penetração do ML, embora cerca de 88% do consumo total deste segmento já esteja no ML, com cerca de 85% do número de clientes totais”.
Em termos de quota de mercado, a EDP Comercial manteve-se, face ao período homólogo, como principal operador neste mercado em número de clientes (75%) e em consumo (42%).
No entanto, face a janeiro, a sua quota diminuiu 0,2 p.p. em número de clientes e 1,2 p.p. em consumo.
A Endesa, a Goldenergy e a Meo Energia totalizaram, por seu turno, em fevereiro, um ganho de 0,1 p.p. em cada uma das suas quotas de clientes, enquanto a Iberdrola apresentou uma diminuição da mesma ordem face a janeiro.
Os restantes comercializadores mantiveram as suas quotas, praticamente, inalteradas.
Quanto ao consumo, a Endesa e a Iberdrola verificaram, em fevereiro, uma redução de 0,4 p.p. nas suas quotas.
A Galp, a Fortia e a Axpo registaram quedas respetivas de 0,1 p.p., 0,2 p.p. e 0,1 p.p..
No final do mês em causa, cerca de 954 mil clientes continuaram a ser abastecidos pelo comercializador de último recurso (CUR) “por aplicação das tarifas transitórias”.
“Estes clientes representam um consumo anualizado de 2.284 GWh”, ou seja, 5,4% do consumo total de Portugal Continental.
“A passagem progressiva para o mercado livre tem tornado a carteira dos CUR concentrada nos clientes domésticos, que representaram em fevereiro 99,8% dos clientes presentes no MR e 93,5% dos fornecimentos da comercialização de último recurso”, revelou.
Os restantes segmentos representam cerca de 0,2% do número total de clientes, “sendo esperado que este valor seja continuadamente mais próximo de um valor nulo à medida que se tornem efetivas as consequências da extinção de tarifas transitórias para estes segmentos”.
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