//COP26: Greenpeace exige “medidas concretas ambiciosas” aos líderes mundiais

COP26: Greenpeace exige “medidas concretas ambiciosas” aos líderes mundiais

A organização ambientalista internacional Greenpeace exigiu esta sexta-feira aos líderes mundiais presentes na 26.ª conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas (COP26) a apresentação de “medidas concretas ambiciosas” e um acordo sobre um plano “transformador” para o clima.

Numa declaração pública, a diretora executiva da Greenpeace International, Jennifer Morgan, disse esperar que a COP26 vá além das promessas e dos compromissos estabelecidos na assinatura do Acordo de Paris, em 2015, entre os quais a proposta de limitação do aquecimento global a 1,5 graus celsius (ºC) acima dos valores médios da era pré-industrial.

“Paris era a festa de noivado, mas agora estamos no casamento, à espera de ver se os países e empresas chave estão dispostos a dizer ‘eu quero'”, afirmou Jennifer Morgan, adiantando que, apesar dos poucos sinais dados nesse sentido nos dias que antecedem a reunião, “não é demasiado tarde para os líderes chegarem a acordo sobre um plano de ação”.

A Greenpeace apela, sobretudo, para uma declaração a anular todos os novos projetos de exploração de hidrocarbonetos; para metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa, que permitam reduzir para metade as emissões a nível mundial até 2030; e para descartar a abertura de um mercado internacional de compensação de carbono, que a organização considera “uma fraude”.

Para a Greenpeace, os países mais ricos devem cumprir o compromisso de contribuir com 100 mil milhões de dólares por ano para ajudar os países pobres a adaptarem-se às alterações climáticas e a avançarem para energias sustentáveis, além de financiamento adicional para os danos já causados em algumas áreas.

Segundo Jennifer Morgan, “a confiança é baixa e as tensões elevadas” entre os países em desenvolvimento, já que vários estão a ser afetados pelas consequências de um aquecimento global que não promoveram e pela perceção de desigualdade na distribuição de vacinas contra a covid-19, fator a que se soma a rejeição da cedência de patentes para liberalizar o fabrico.