Em conferência de imprensa, a Organização Mundial de Saúde declarou esta quinta-feira que o caso do coronavírus, com início na cidade de Wuhan, na província de Hubei, é uma “emergência de saúde pública internacional”.
A partir de Genebra, Suíça, a Organização Mundial de Saúde partilhou as conclusões após uma reunião sobre o coronavírus, que já matou 170 pessoas. Com a primeira infeção na China, o vírus já chegou a outros países: de acordo com os números da OMS, já foram detetados 7834 casos de infeção. Entre os vários casos detetados, a grande maioria dos infetados tem um histórico de viagens a Wuhan ou contactou com alguém que tenha passado por aquela região, indica a OMS.
Após partilhar uma atualização sobre os números, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, declarou que “por todas essas razões, declaro uma emergência da saúde pública com preocupação internacional do surto de 2019nCoV”, o nome dado ao vírus pela organização.
Indicando que, até agora não foram detetadas mortes fora da China, a OMS considerou que é “necessária uma ação conjunta para limitar a expansão” deste vírus. A organização considera que é “expectável o aparecimento de casos de exportação internacional do vírus em qualquer país”.
Assim, a entidade defende que “todos os países devem estar preparados para a contenção [do vírus], incluindo vigilância ativa, deteção precoce, isolamento e gestão de casos”. A OMS sublinha ainda que todos os países são legalmente obrigados a partilhar informação sobre casos detetados com a organização.
“Não sabemos o tipo de estragos que o vírus pode fazer se se espalhar a um país com um sistema de saúde mais fraco. Temos de agir agora para ajudar os países a prepararem-se para essa possibilidade”, afirmou Ghebreyesus, durante a conferência de imprensa.
O diretor-geral da OMS frisou que “não se trata de um voto de não confiança na China”, garantindo que a organização “confia na capacidade da China para controlar o surto”. O responsável pela organização apontou ainda que esteve na China nestes dias, num encontro com o Xi Jinping, Presidente da China, indicando que saiu do país “sem qualquer dúvida sobre o compromisso da China sobre transparência e proteção”.
A Organização Mundial de Saúde referiu ainda que está a trabalhar de forma diligente com parceiros de saúde nacionais e internacionais para controlar o surto.
Relativamente a medidas que possam ter impacto em viagens internacionais e comerciais, o diretor-geral da OMS apontou que “não há razões para medidas que interfiram de forma desnecessária”. Foi ainda pedido a todos os países que implementem decisões que estejam baseadas em factos e que sejam consistentes.
No final da conferência, a organização traçou prioridades para conter o coronavírus. A OMS considera prioritário a aceleração no desenvolvimento de vacinas e diagnósticos do vírus, combater possíveis rumores e desinformação sobre o vírus e preparar planos e avaliar recursos necessários para identificar, isolar e tratar possíveis casos. O diretor-geral destaca ainda a necessidade de partilha de informação e conhecimento sobre o vírus.
Esta foi a segunda reunião do comité de emergência da OMS sobre o vírus.
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