//COSEC antecipa os setores e países que vão perder gás em 2020

COSEC antecipa os setores e países que vão perder gás em 2020

Eletrónica, metais e energia vão enfrentar tempos mais espinhosos, antecipa a Euler Hermes, líder mundial em seguro de créditos e acionista da COSEC, que prevê perdas a rondar os 191, os 167 e os 165 mil milhões de euros, respetivamente. Isto depois de um 2019 em que o comércio internacional se retraiu, com perdas a ascender a perto de 400 mil milhões.

“O comércio mundial de bens e serviços pode ter registado o crescimento mais lento da última década em 2019 (1,5%), representando perdas superiores a 378 mil milhões de euros para as empresas exportadoras”, estima companhia de seguro de créditos, apontando China, Alemanha e Hong Kong como as economias mais afetadas por esta recessão, perdendo, respetivamente, 60, 56 e 45 mil milhões de euros, de acordo com o estudo Trade Wars: May the Trade Force be with you.

Apesar de tudo, a seguradora de créditos prevê uma ligeira melhoria deste cenário no próximo ano, duas décimas acima do desempenho de 2019, ainda que o ritmo de crescimento das trocas globais se mantenha baixo (de 1,5% para 1,7%). “Números que refletem o abrandamento da economia mundial (2,4% em 2020, contra 2,5% em 2019), bem como da manutenção do sentimento de elevada incerteza económica e política, a par da subida das tarifas globais.”

Quem mais ganha e quem mais perde em 2020

De acordo com a COSEC/Euler Hermes, no próximo ano deverá manter-se o cenário de protecionismo generalizado e de tensão comercial entre países, depois de, em 2019, terem surgido cerca de 1290 novas barreiras comerciais, o número de acordos regionais de comércio ter sido reduzido a um terço e as tarifas médias à importação cobradas pelos EUA terem mais que duplicado desde 2017.

“A China deverá superar as perdas de 2019 e estará, com os EUA, entre os países a registar maiores ganhos com exportações, com 81 e 78 mil milhões de euros, respetivamente. Por outro lado, Índia, África do Sul e Suécia vão registar as maiores perdas, de 5 e 4 mil milhões, respetivamente”, antecipa a líder mundial em seguros de crédito. “Em relação aos setores, eletrónica, metais e maquinaria e equipamentos vão continuar a registar perdas: 42, 38 e 24 mil milhões, respetivamente. Em contraste, as áreas de software e serviços de TI, agroalimentar e produtos químicos devem registar ganhos moderados, com 56, 37 e 33 mil milhões, respetivamente.”

Comércio mais sustentável, mas com consequências

Para a COSEC, o próximo ano tem ainda que se lhe diga quanto a alterações legislativas para assegurar a transição para um comércio internacional mais sustentável, nomeadamente na criação de regulamentação sobre o transporte comercial e emissões de carbono dos produtos transacionados. “No caso da Europa, exemplifica o estudo, e supondo que o mecanismo de ajuste de carbono na fronteira implicará uma taxa de 1%, o impacto nas importações pode ser de 6,3 mil milhões, afetando sobretudo as exportações da Rússia, Estados Unidos e China.”

“As tarifas às importações de automóveis europeus pelos EUA vêm sendo adiadas, mas deverão ser aplicadas no próximo ano. Isto, estima um estudo, pode implicar uma subida dos atuais 3% para entre 10% e 25%, e afetará sobretudo a Alemanha e o Reino Unido. O impacto no crescimento da economia da União Europeia poderá ser de -1 ponto percentual, implicando perdas agregadas de 3,6 mil milhões por ano”, conclui.

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