//Costa afirma que mais emprego e rendimentos cortaram 50% do défice

Costa afirma que mais emprego e rendimentos cortaram 50% do défice

Veja também:


Metade da redução do défice em Portugal deve-se ao emprego e rendimentos, afirmou esta terça-feira o primeiro-ministro, António Costa, na apresentação de um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com muitas alertas sobre a realidade nacional.

António Costa defende que a crise de 2008 destruiu o emprego e custou mais de 10% do rendimento disponível, mas a recuperação nos últimos três anos tem sido histórica. Desde 2016 é visível o impacto no défice, sublinha.

“A criação de mais e melhor emprego representou metade da redução do défice em 2016 e 2017, ou seja, não foi criando o défice de modo cego que conseguimos mais crescimento e melhor emprego, pelo contrário, foi a criar mais e melhor emprego, aumentando os rendimentos, que baixámos o défice e continuamos a continuamos a baixá-lo de forma sustentável”, disse o primeiro-ministro na apresentação do relatório “Trabalho digno em Portugal”.

António Costa sublinha, ainda, a diminuição da desigualdade e a valorização salarial, que terá contribuído para diminuir a pobreza no país.

“Se hoje temos um país menos desigual e com melhores contras públicas do que em 2015, muito se deve ao contributo destes cerca de 300 mil novos postos de trabalho que foram criados e à valorização salarial que tem sido alcançada.”

O chefe do Governo argumenta que, em 2016, “80 mil pessoas libertaram-se da pobreza” e, entre 2016 e 2017, “sabemos que se reduziu o leque salarial, reduzindo-se as desigualdades”.

No entanto, o estudo da OIT questiona a qualidade do emprego criado em Portugal nos últimos anos. Em causa não está o aumento do emprego e a descida da taxa de desemprego.

A Organização Internacional do Trabalho elogia as políticas do Governo, mas sublinha a precariedade dos empregos e os baixos salários, entre os desafios que Portugal ainda tem pela frente.

“Precariedade, segmentação do mercado de trabalho, desigualdade e a continuação da dinamização da contratação coletiva, que tem sido uma parte importante da história dos últimos 10 anos e marcará o futuro… Espero sinceramente que Portugal continue a colocar as pessoas no centro das políticas e a beneficiar com a criação de mais e melhores empregos”, disse Guy Ryder, diretor-geral da OIT.

A Organização dá nota positiva às políticas económicas e sociais adotadas em Portugal, mas alerta para a qualidade dos empregos criados e a necessidade de se fortalecer ainda mais a base produtiva, tendo em conta os riscos externos. Portugal tem uma elevada taxa de contratos não permanentes involuntários, ainda não recuperou da queda salarial registada com a crise.

Ver fonte

TAGS: