O líder do PSD sugeriu uma investigação aos negócios do Novo Banco, que acusou de estar a “vender ao desbarato” um conjunto de imóveis do grupo, e António Costa reagiu à altura. Considerando que há “acusações graves” no processo em causa, o primeiro-ministro enviou uma carta à procuradora-geral da República (PGR), a pedir que seja congelada a venda de ativos do Novo Banco (NB) até serem conhecidos os resultados da auditoria encomendada à Deloitte, conforme avançou ontem o Expresso.
A questão prende-se com a venda de um conjunto de cerca de 200 propriedades ao fundo de investimento Cerberus – que tem ligações ao ex-chairman e atual presidente do conselho geral de supervisão do banco, Byron Haynes –, há cerca de um ano. Venda que se deu com um desconto de perto de 70% sobre o valor dos imóveis e com perdas de 328,8 milhões de euros para o NB.
Na carta, citada por aquele semanário, António Costa alega que o Estado “tem legitimidade para agir”, uma vez que a venda tem “impacto nas responsabilidades do fundo de resolução”, pelo que não se trata de uma mera “questão de interesse dos acionistas”. Pede então ao Ministério Público que avance com “os procedimentos cautelares adequados à proteção dos interesses financeiros do Estado”.
A carta foi enviada à PGR depois de Rui Rio ter afirmado, no debate do Estado da Nação de sexta-feira, que mesmo que seja legal esta ação é “eticamente muito questionável e carece de pormenorizado esclarecimento”, defendendo por isso haver matéria para investigação “sobre como o contrato de venda do Novo Banco à Lone Star tem vindo a ser executado”.
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