//Costa Silva vai ao Parlamento explicar atraso na reprivatização da Efacec

Costa Silva vai ao Parlamento explicar atraso na reprivatização da Efacec

Os deputados da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação aprovaram esta quarta-feira a audição do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, sobre o processo de reprivatização da Efacec.

O requerimento para audição de Costa Silva foi apresentado pela Iniciativa Liberal (IL) e aprovado por unanimidade.

No requerimento apresentado, os deputados da IL avançam que o objetivo é “clarificar qual é o ponto de situação do processo de privatização, para que o parlamento e os portugueses possam saber as razões por trás dos constantes adiamentos à conclusão da operação, assim como os custos esperados para os contribuintes”.

“O senhor ministro da Economia e do Mar garantiu, em sede de Comissão, que o processo de privatização da Efacec ficaria concluído no final de julho e que, por essa altura, informaria a Comissão dos detalhes do processo de privatização. Chegados que estamos a setembro, nenhuma informação foi prestada pelo senhor ministro com a pasta da privatização, ou por qualquer outro membro do Governo relativamente à não conclusão do processo dentro do prazo previsto”, sustentam.

A assembleia geral de obrigacionistas da Efacec que estava prevista para o passado dia 12 foi reagendada para 12 de outubro, após ter sido alcançado um acordo com “uma maioria significativa” dos obrigacionistas quanto a uma revisão da proposta de alteração dos termos e condições das obrigações, que deveria ser votada na reunião.

O Estado avançou com a venda da EFACEC. E agora?

De acordo com o jornal Eco, há uma nova proposta relativamente às perdas que os titulares das obrigações vão suportar na venda da empresa ao fundo alemão Mutares: em vez de perderem 50% do seu investimento, o ‘haircut’ passa a ser de 10%.

Esta operação é determinante para que o Governo concretize a venda de 71,73% do capital da Efacec ao fundo alemão, tal como foi anunciado no início de junho.

“Com a nova proposta, em vez de perderem 29 milhões de euros como estava inicialmente previsto, os obrigacionistas vão perder apenas 5,8 milhões como parte do esforço para salvar a empresa que foi nacionalizada em 2020, após rebentar o caso Luanda Leaks. Caso seja aprovado, o ‘haircut’ só é válido em caso de conclusão da venda da Efacec à Mutares, que deverá ocorrer até ao dia 30 de novembro”, refere o Eco.

Em 07 de junho, o Governo aprovou a proposta da Mutares para a privatização da Efacec, sem revelar os valores envolvidos.

O Estado injetou 132 milhões de euros na Efacec, a que se somam mais 85 milhões de euros em garantias, tendo o ministro da Economia e do Mar afirmado ter “grande expectativa” de que este valor possa ser recuperado.

No dia 23 de junho, a Mutares anunciou que já tinha assinado o acordo para a compra da Efacec ao Estado, por um valor não revelado e que a conclusão da transação estava prevista para o terceiro trimestre.

O novo processo de reprivatização da participação de 71,73% do Estado na Efacec foi aprovado pelo Governo em novembro do ano passado, com um novo caderno de encargos, depois de a 28 de outubro ter sido anunciado que a venda da empresa ao grupo DST não foi concluída por não se terem verificado “todas as condições necessárias” à concretização do acordo de alienação.

No âmbito do processo de reprivatização da Efacec, a Parpública recebeu propostas vinculativas melhoradas de quatro candidatos: Mutares, Oaktree, Oxy Capital e Agrupamento Visabeira-Sodecia, tendo o grupo alemão acabado por ser o escolhido.

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