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Os apoios extraordinários criados para atenuar os impactos económicos da pandemia abrangeram mais de dois milhões de pessoas, revelou esta quarta-feira a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
A resposta a um momento excecional da vida social obrigou à criação de “apoios extraordinários fora do tradicional” para a “proteção do emprego, dos rendimentos das famílias e das pessoas mais vulneráveis” e a “uma mobilização de recursos públicos completamente atípica”, considerou a ministra do trabalho no âmbito da sessão online de apresentação do relatório “Portugal, Balanço Social 2020”, da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA SBE).
“Com estes apoios extraordinários foram abrangidos dois milhões e 700 pessoas, isto significa quase 50% do tradicional dos beneficiários da segurança social anualmente. De repente, tiveram de se criar apoios excecionais para pessoas que não eram tradicionalmente os beneficiários da segurança social e isto foi um problema acrescido”, disse Ana Mendes Godinho.
De acordo com a ministra, os apoios extraordinários implicaram “2.890 milhões de euros mobilizados a fundo perdido” e a aplicação no terreno foi e tem sido “exigente” com a preocupação de tentar manter postos de trabalho num “esforço coletivo” entre o Estado, as empresas e os trabalhadores; responder ao desemprego e ter mecanismos alternativos de apoio ao rendimento das famílias e pessoas mais vulneráveis.
Ana Mendes Godinho acrescentou que a capacidade do programa de apoio alimentar foi duplicada em tempo de crise pandémica, de 60 mil para 120 mil pessoas.
A ministra adianta que o Governo pretende criar um cartão recarregável para que as famílias, abrangidas pelos apoios sociais, possam comprar alimentos e bens de primeira necessidade nos supermercados.
O relatório “Portugal, Balanço Social 2020 – Um retrato do país e dos efeitos da pandemia”, apresentado hoje publicamente, aponta que “o trabalho foi das esferas da vida mais afetadas pela pandemia e os mais vulneráveis, com menos rendimentos, com menos escolaridade ou em situações laborais mais precárias foram os mais afetados”.
A análise, elaborada pela economista e professora da instituição, Susana Peralta, em coautoria com Bruno P. Carvalho e Mariana Esteves, concluiu ainda que “os mais pobres são os que perderam mais rendimento disponível”.
[notícia atualizada]
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