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“No total, a perda no nível de produto potencial chegaria a cerca de 3% no final de 2022. Mesmo que o crescimento potencial retorne bastante cedo a níveis pré-crise, o nível de produto potencial seria afetado por mais tempo”, pode ler-se num dos artigos publicados esta terça-feira no Boletim Económico do Banco Central Europeu (BCE).
A projeção, baseada num modelo de componentes não-observadas (UCM), está ainda assim “sujeita a incerteza considerável”.
De acordo com o modelo, “a contribuição do trabalho é fundamental para as mudanças no produto potencial”, estimando que a taxa de desemprego e as horas trabalhadas são as mais afetadas pela crise atual, causada pela pandemia de covid-19.
“No entanto, este efeito poderá ser mitigado por esquemas de trabalho temporário, que não são totalmente capturados pelo UCM. A tendência média de horas trabalhadas pesará no crescimento potencial até ao fim de 2021, antes de ter um efeito positivo em 2022”, pode ler-se no documento.
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O artigo do Boletim Económico do BCE aponta ainda que “o ‘stock’ de capital contribuiria para a revisão em baixa do crescimento potencial, ligado à descida do investimento”.
Relativamente aos efeitos da pandemia, o artigo antecipa que a curto prazo “a amplitude da flutuação depende significativamente de como se assume que as medidas de contenção afetem o produto potencial”.
“A longo prazo, depende de quanto tempo a pandemia durar e de quanto as medidas de política protejam a economia de ‘cicatrizes’ excessivas, entre outros fatores”, conclui o artigo.
O BCE antecipa ainda que a pandemia “deverá induzir algumas mudanças estruturais na economia da zona euro e as políticas económicas vão jogar um papel fulcral na facilitação desta mudança”.
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