O nível de riqueza em Portugal deverá ser menos afetado pela crise provocada pelas medidas adotadas para travar a pandemia e, no pior cenário, vai crescer 3% ao ano até 2024, acima de um crescimento previsto de 1,4% a nível global.
No melhor cenário, o nível de riqueza nacional pode aumentar 4% no mesmo período, o mesmo nível de crescimento registado entre 1999 e 2019, apontam previsões do relatório ‘Global Wealth 2020: The Future of Wealth Management — A CEO Agenda’ da consultora Boston Consulting Group (BCG).
A riqueza pessoal nacional atingiu os 530 mil milhões de euros em 2019, um crescimento de 2,9% face a 2014, de acordo com o relatório. O valor corresponde a 1,2% de toda a riqueza individual da Europa Ocidental.
“Estando menos exposto aos mercados financeiros, até 2019 Portugal registava um crescimento da riqueza inferior à média global. No entanto, também por isso, não deverá ser tão impactado pela crise pandémica”, refere um comunicado da BCG relativo ao estudo, divulgado esta quinta-feira.
Segundo o estudo da BCG, a maioria da riqueza em Portugal continua a ser detida pelos que possuem menos de 250 mil euros, o sue corresponde a 51% do valor global. Mas o seu peso desceu nos últimos 20 anos, que era de 57% em 1999.
Do total da riqueza nacional, 12% é detida pelos que possuem fortunas de mais de 100 milhões de euros, “um valor que sobe paulatinamente desde 1999, quando era de 9%”.
A maioria da riqueza está concentrada em moeda e depósitos, sendo que esta classe de ativos cativa 44% das carteiras.
” O investidor português médio adota uma estratégia de alocação dos seus ativos que é mais conservadora do que a adotada por investidores noutros mercados. Se isso o tem privado de obter retornos mais elevados durante a década que passou – de sustentado crescimento económico e valorização dos mercados bolsistas – neste momento de maior crise tem também um efeito suavizador das perdas”, afirmou Carlos Barradas, diretor-geral e senior partner da BCG Lisboa.
“É por isso que as fortunas pessoais não deverão ser tão afetadas nos próximos anos. Ainda assim, a longo prazo, esta característica de grande aversão ao risco tem impedido o crescimento das fortunas portuguesas de acompanhar o registado a nível médio globalmente”, adiantou, citado no comunicado.
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