//Covid-19. Restaurantes com dificuldades para ler certificados de vacinação

Covid-19. Restaurantes com dificuldades para ler certificados de vacinação

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Há clientes que estão a ser impedidos de entrar nos restaurantes pela dificuldade que os empresários têm em perceber se os certificados de vacinação Covid são ou não válidos.

O certificado digital, que tem um código QR, não estará a ser reconhecido pela aplicação que foi criada para o efeito.

Os casos têm sido reportados um pouco por todo o país, alerta Daniel Serra, presidente da Pro.Var, nesta quarta-feira.

“Tem vindo a acontecer recorrentemente em muitas zonas do país, problemas com a leitura dos certificados. Têm sido reportados problemas e erros na leitura. Não sei se tem a ver com os servidores ou com algum problema interno do sistema, mas é uma questão que está aqui a causar bastante impacto nos restaurantes, porque os clientes, perante esta resistência e esta dificuldade, acabam por não voltar aos restaurantes”, lamenta.

Daniel Serra fala numa verdadeira dor de cabeça, com perdas na faturação numa época alta para a restauração.

Perante as dificuldades, o presidente da Associação Nacional de Restaurantes (Pro.Var) apela ao Governo que retire a obrigatoriedade de apresentar um certificado de vacinação à entrada destes espaços, sublinhando que “nos restaurantes não há farmacêuticos nem polícias”.

O certificado de vacinação (ou comprovativo de teste negativo à Covid-19 ou ainda comprovativo de recuperação da doença) é obrigatório para entrar no interior dos restaurantes deste o início de julho.

À Renascença, o imunologista e professor da Faculdade de Medicina de Lisboa Miguel Castanho mostrou-se, na terça-feira, reticente face à obrigatoriedade de apresentação de um certificado de vacinação no acesso a espaços de restauração e cultura.

No seu entender, as pessoas que pretendem ser vacinadas, mas que ainda não o foram por não serem prioritárias, não devem ser penalizadas.

“Creio que neste momento estar a distinguir pessoas vacinadas de não vacinadas pode ser bastante injusto para as pessoas não vacinadas que civicamente aguardam o seu lugar na vacinação”, afirmou, defendendo a manutenção de “outro tipo de restrições, como as lotações dos lugares, e todas as medidas tendentes a contrariar ajuntamentos”, além de “fomentar o uso da máscara e de todas as medidas de proteção individual”.

Na reunião de terça-feira no Infarmed, os especialistas defenderam o fim da limitação horária nestes e noutros espaços e a especialista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto apresentou um plano de alívio de restrições com quatro níveis de segurança, estando o país no nível 1 nesta altura.

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