Durante o ano passado, cerca de 71% dos cancelamentos de comboios ficaram a dever-se a greves na Infraestruturas de Portugal (IP) e na CP. O dado é avançado no Relatório e Contas de 2018 da operadora ferroviária para justificar a diminuição de 2% da oferta ao longo do ano, comparando com 2017.
“Em 2018, a oferta da CP avaliada em comboios por quilómetro foi de 28 531 milhares de CK, valor 2% inferior ao registado no ano anterior”, lê-se no documento republicado na sexta-feira, dia 10 de maio, numa versão com o parecer do Conselho Fiscal, divulgada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A empresa liderada por Carlos Nogueira refere que a variação se deveu “a diversas ocorrências que afetaram a regularidade de serviço prestado em 2018” e não foram apenas as greves na IP e na CP. De acordo com o documento, as supressões de comboios também aconteceram por falta de material, em algumas linhas. A operadora indica a “elevada taxa de indisponibilidade de material circulante de tração diesel, que originou supressões, designadamente, nas Linhas do Oeste, Alentejo e Algarve”, refere o documento.
A CP aponta ainda “os descarrilamentos nas Linhas da Beira Alta, Norte e Douro”, para justificar as supressões de serviço ao longo do ano passado.
Foram ocorrências que afetaram a qualidade do serviço. “O índice global de regularidade da CP situou-se nos 97%, valor inferior ao verificado no ano anterior em 2,2 pontos percentuais”, em especial no serviço regional.
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