//Crescimento em alta. Centeno admite agora excedente antecipado

Crescimento em alta. Centeno admite agora excedente antecipado

Depois de ter chegado a setembro a fazer sombra à média europeia, o investimento português recuou nos meses finais do ano passado. Mas ainda levou velocidade para garantir uma aceleração frente a 2018, para os 6,5%, mesmo ficando bastante aquém do que previa o governo. O consumo das famílias abrandou, com o emprego também a crescer menos. Só que a frente externa apoiou, afinal, em grande medida, as contas do ano passado. O PIB melhorou em 2,2%, acima de qualquer previsão oficial.

Com estes dados, Mário Centeno assinalou o quarto ano de convergência com a zona euro e fez contas a quanto Portugal acertou o passo com os parceiros da moeda única. “Entre 2015 e 2019 o PIB em Portugal terá crescido cerca de três pontos percentuais acima do PIB da área do euro”, referiu o Ministério das Finanças em comunicado, destacando “robustez” e “sustentabilidade do crescimento da economia portuguesa”.

Em meados de fevereiro, ainda com os dados de uma estimativa rápida do PIB, o ministro das Finanças admitia já rever as previsões do Programa de Estabilidade, a entregar em abril, com números mais favoráveis para 2020 do que os apresentados em dezembro. Agora já praticamente avista o excedente antecipado de 2019. “É uma possibilidade”, disse ontem à Reuters.

A procura externa, com destaque para o último trimestre do ano, deu um impulso mais favorável do que o esperado às contas de 2019. As exportações terão melhorado com o regresso à atividade das refinarias e com efeito de uma base mais baixa no final de 2018, aquando da paragem nalguns portos com a greve de estivadores desse ano. Por outro lado, contou uma última revisão de estatísticas do Banco de Portugal, a melhorar o excedente da balança de serviços em 144 milhões de euros.

Assim, as exportações do ano subiram 3,7%, com o contributo da procura externa a ser menos negativo do que o esperado para o desempenho do PIB (-0,6 p.p). Ainda assim, o valor dos bens e serviços exportados em percentagem do PIB voltou a ficar nos 44%. A expectativa do governo é a de chegar a 50% do PIB em 2021, objetivo que fica mais longe.

Já a procura interna entrou com 2,7 pontos percentuais na evolução do PIB. Menos do que os três pontos percentuais de contribuição positiva esperados. No final do ano, o investimento acabou por cair 2,6%, mesmo com o setor da construção, no nível mais dinâmico desde o ano de 1997, a amparar a queda. O consumo das famílias, sobretudo em bens duradouros como carros, também se conteve nos 2% no último trimestre. Já a despesa pública chegou ao final do ano no mesmo sítio onde estava no mesmo período do ano passado, a subir 0,8%.

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