A siderúrgica Megasa voltou a suspender a produção, desta vez no período noturno, para fazer face aos preços da eletricidade e gás natural “que tornam a atividade insustentável”, tendo proposto medidas ao Governo para mitigar estes custos.
Fonte oficial do grupo, dono da Siderurgia Nacional, deu conta que a “crise energética” está “a afetar o setor siderúrgico, em particular, a Megasa (Seixal e Maia)”.
Assim, “a produção encontra-se parada no período noturno (entre 10 e 14 horas diárias) devido aos preços da eletricidade e do gás natural que tornam a atividade insustentável no imediato. Não é uma decisão que a empresa tome de ânimo leve, mas o contexto assim o determina”, destacou.
A mesma fonte realçou que a empresa se encontra “a trabalhar com o Governo para encontrar soluções que permitam ultrapassar esta situação”.
“Aliás, a Megasa tem vindo a alertar o executivo para as dificuldades atuais, antecipando os riscos para as fábricas e para a economia nacional”, realçou.
O grupo propõe assim um “pacote de medidas” que “já não é novo”, mas insiste que é este o caminho, nomeadamente a “realização de leilões de PRE [produção em regime especial] especificamente para a indústria “eletrointensiva””, a “aplicação do sistema de compensação de custos indiretos de CO2 com valores similares aos países” concorrentes, a “aplicação do ajuste do mecanismo ibérico em base diária (e não horária)” e a “viabilização urgente do projeto de autoconsumo fotovoltaico de 85 MW [megawatts] nos terrenos de titularidade pública na envolvente da SN Seixal”.
A empresa indicou ainda que está sempre disponível para o diálogo e irá a uma reunião, cuja data ainda aguarda, “com o objetivo de encontrar, com o Governo as melhores soluções para o país e para a indústria que, no caso da Megasa, contribui com 1.000 milhões de euros para as exportações nacionais”.
Em março deste ano Megasa suspendeu a atividade nas fábricas do Seixal e da Maia devido ao aumento dos preços da eletricidade, da qual é o principal consumidor em Portugal.
Num comunicado nessa altura, a dona da Siderurgia Nacional referia que “o agravamento da crise energética provocada pela guerra e o consequente aumento radical dos preços de eletricidade e de gás natural levaram a Megasa a suspender atividade nas fábricas do Seixal e da Maia”, precisando que a paragem afetou “a totalidade da atividade produtiva na Maia e a produção de aço no Seixal”.
A empresa retomou a produção algumas semanas depois, tendo antecipado “a paragem anual que costuma fazer durante o verão”, referiu. Ou seja, os trabalhadores gozaram um “período de férias” e, por isso, não ficaram em “lay-off”.
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