A Câmara de Vila Nova de Gaia vai pagar, em 2024, 10,5 milhões de euros pela deposição de lixo em aterro, mais sete milhões do que no ano passado, disse hoje o presidente da autarquia.
Em reunião de Câmara, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues criticou a entidade reguladora do setor, a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), por esta ter revisto as tarifas a aplicar pela empresa Suldouro para “valores desadequados e incomportáveis”.
Já à margem da sessão, em resposta aos jornalistas, o autarca garantiu que este aumento “não será imputado aos consumidores”, sendo “suportado pela Câmara”.
A Suldouro é a empresa responsável pelo tratamento dos resíduos de Vila Nova de Gaia (distrito do Porto) e Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro).
Em 2022, Gaia pagou 26,33 euros por cada tonelada de resíduos, num total de 132 mil toneladas, o que correspondeu a um pagamento anual de 3,5 milhões de euros.
Mas por determinação da ERSAR o preço por tonelada vai subir este ano para cerca de 43 euros e em 2024 para 79.
“Isto significa um aumento de 3,5 milhões [relativos ao ano passado] para 10,5 em 2024. Em dois anos, o aumento é de sete milhões de euros. Estamos perante um aumento brutal”, disse Eduardo Vítor Rodrigues, que levou o novo tarifário de resíduos à reunião camarária para conhecimento da vereação.
O autarca garantiu que “Gaia e Santa Maria da Feira não estão prostradas ou resignadas perante esta decisão”, mas admitiu “não saber de imediato como travar este aumento”.
“Estes aumentos foram determinados pelo regulador e não pela empresa. Nada justifica a inflação para a deposição de lixo. Com estes aumentos, o Município poderá ficar no limiar do incumprimento orçamental”, acrescentou o autarca que aproveitou para frisar a importância da reciclagem.
Deixe um comentário