//Dados de clientes dos maiores bancos alvo de acesso ilegal, Banco de Portugal admite “fragilidade”

Dados de clientes dos maiores bancos alvo de acesso ilegal, Banco de Portugal admite “fragilidade”

Dados de clientes de vários bancos, como a Caixa Geral de Depósitos, o Novo Banco, o Santander, o BCP e o BPI e o ActivoBank, foram alvo de acesso ilegal através do homebanking, com a falha a ter como objetivo o uso de um sistema de transferências criado pelo Banco de Portugal.

Ao que a Renascença apurou, os responsáveis já foram identificados.

À Renascença, o Banco de Portugal confirma a violação de dados de clientes de alguns bancos, mas esclarece que não foi executada nenhuma operação financeira.

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O gabinete do governador Mário Centeno garante a segurança das transferências, mas admite que uma “fragilidade” permitiu que “utilizadores mal-intencionados” conseguissem “obter o IBAN completo de clientes”. Ou seja, o código internacional que identifica as contas, e que em Portugal começa por PT50.

Estes utilizadores simularam transferências através do sistema SPIN, uma plataforma do Banco de Portugal que simplifica o envio de dinheiro, porque pede apenas o número de telemóvel ou o contribuinte.

Em resposta à Renascença, o Banco de Portugal garante que a citada “fragilidade” está “identificada” e “corrigida” e os clientes afetados foram devidamente informados pelos respetivos bancos.

O Banco de Portugal não identifica as instituições visadas, mas a Renascença sabe que a violação de dados teve como primeiros alvos o Novo Banco e o ActivoBank. Além destas duas instituições, foram também afetados clientes de outros bancos, como Caixa Geral de Depósitos, Santander, BCP e BPI.

Em resposta à Renascença, a CGD indica que “não foi objeto de qualquer intrusão que afete ou comprometa os seus serviços ou o património dos seus clientes” e que se tratou de uma “situação totalmente externa” que “está a ser investigada pelas autoridades”.

Este sistema SPIN está em funcionamento desde junho de 2024 e permite aos utilizadores, de forma mais conveniente e igualmente segura, iniciarem transferências indicando o número de telemóvel ou o número de identificação fiscal (NIF) do beneficiário (no caso de ser uma pessoa singular) em vez do IBAN. O Banco de Portugal garante que o “serviço e a sua segurança não foram comprometidos”.

O regulador recomenda ainda que utilizadores não devem, em nenhum caso, divulgar informação pessoal, credenciais de acesso ao homebanking ou às apps, ou eventuais códigos que o banco lhes envie para o telemóvel.

[artigo atualizado às 21h06 com mais informações]

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