//DBRS corta outlook da dívida da CGD e do BCP para “negativo”

DBRS corta outlook da dívida da CGD e do BCP para “negativo”

Dois dos maiores bancos portugueses, CGD e BCP, sofreram esta quinta-feira uma redução da perspetiva (outlook) sobre a qualidade das suas dívidas (rating) por parte da agência DBRS. Era estável e agora passou a negativa.

A pressão que a crise resultante da pandemia da covid-19 está a causar nas contas e que, eventualmente, vai corroer os resultados e a qualidade dos ativos de ambos os bancos é o principal motivo para esta ação, um género de aviso.

Os ratings de longo prazo (que aferem as capacidade dos dois bancos em pagar o que devem no longo prazo) continuam num patamar BBB, mas assim ficam mais perto de um corte efetivo na nota da qualidade do crédito, o que, a acontecer, pode ter efeitos negativos no negócio das duas instituições de crédito.

Atualmente, de acordo com a métrica da DBRS, o BCP está numa posição bastante precária. O seu rating é BBB (baixo), o que significa que há uma probabilidade mais elevada, caso as coisas não melhorem, de a notar deslizar para a classe BB, nível em que a dívida do banco já é considerada um ativo “especulativo” ou “lixo”.

A CGD está mais afastada desse limite. A nota da dívida do banco estatal é BBB (alto), estando portanto dois níveis acima do “lixo”, como se diz na gíria dos mercados.

Relativamente à Caixa, a DBRS diz que esta descida do outlook para negativo “reflete a nossa visão de que a disrupção económica e de mercado alargada e crescente resultante da pandemia do coronavírus vai pressionar os lucros e o balanço do banco”.

“A deterioração do ambiente operacional em Portugal provavelmente afetará as receitas, a qualidade dos ativos e o custo do risco”. Além disso, “o ambiente atual também somará novos desafios e maior risco de execução sobre plano estratégico do banco”.

A confirmação dos ratings reflete a posição de mercado líder do Banco em Portugal, a sólida posição de financiamento e capital, bem como o progresso alcançado na redução de empréstimos vencidos e outros ativos herdados.

“Dada esta tendência negativa, uma subida na classificação [rating] é improvável neste momento”, resume a DBRS.

(em atualização)

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