A DBRS manteve o rating de Portugal em BBB, dois níveis acima de grau especulativo. A perspetiva mantém-se estável. A agência canadiana tinha melhorado a notação de Portugal na última avaliação, em abril, subindo o rating de BBB- para BBB. Durante toda a crise de dívida, a DBRS manteve o rating de Portugal um nível acima de lixo. A agência, a par da Moody’s, S&P e Fitch, é tida em conta pelo Banco Central Europeu (BCE) para efeitos de política monetária.
A decisão de manter o rating nacional em grau de investimento permitiu à dívida portuguesa continuar a ser incluída nas operações de política monetária do banco central, como o programa alargado de compra de ativos. Permitiu também que as obrigações do Estado fossem utilizadas como garantia nas operações de refinanciamento dos bancos conduzidas pelo BCE.
A DBRS continua a ser uma das agências mais otimistas em relação a Portugal. A avaliação dois níveis acima de lixo é a mais alta, a par do rating dado pela Fitch. A S&P avalia a dívida nacional apenas um patamar acima de grau especulativo. E a Moody’s subiu esta sexta-feira a notação para um nível semelhante ao da S&P.
A agência canadiana nota que a economia continua a crescer e o défice e a dívida a descer. “Apesar de se ter moderado no primeiro semestre de 2018 comparado a 2017, o crescimento real do PIB está projetado num saudável 2,3% para todo o ano, ainda acima da média da zona euro”, salienta o comunicado da DBRS divulgado esta sexta-feira. Os analistas notam ainda que se espera que “o défice e o rácio da dívida pública em relação ao PIB continuem a descer”. Salientam que do lado da banca o malparado está a descer.
Apesar desses sinais positivos, a DBRS deixa alguns avisos. Apesar da descida da dívida, o rácio “ainda é elevado”. E isso, considera a agência, “limita a margem orçamental e deixa as finanças públicas vulneráveis a choques negativos”.
O que pode fazer subir ou descer o rating
A DBRS explica na nota o que poderá levara a mais subidas do rating. A agência explica que se houver reduções mais significativas do rácio da dívida pública resultado de excedentes primários e um crescimento económico firme, a nota pode voltar a ser melhorada. Outro fator que a DBRS precisaria de ver mais melhorar o rating está relacionado com a redução adicional de malparado na banca.
Mas avisa que se houver um menor compromisso político com políticas económicas sustentáveis, ou uma reversão na trajetória de descida da dívida, a nota fica em risco de descer.
Atualizada às 22:48 com mais informação
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