A agência de notação financeira DBRS melhorou esta sexta-feira o “rating” de “A” (baixo) para “A”, mantendo a perspetiva “estável”.
Em comunicado, a DBRS justificou a decisão da subida do “rating” de Portugal com uma melhoria significativa dos resultados orçamentais e da dívida pública perante um ambiente externo desafiante, aumentando a resiliência e reduzindo o risco de crédito.
“As finanças públicas beneficiaram de um crescimento económico saudável, de um aumento constante das receitas fiscais e da redução das despesas relacionadas com a crise”, salienta.
A agência recorda que o défice no ano passado caiu para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e acredita que pode atingir uma posição de equilíbrio ou excedente já este ano.
“A combinação de um crescimento económico estável e fortes excedentes primários resultou numa queda acentuada do rácio da dívida pública, que o Banco de Portugal (BdP) espera atingir 92,5% até 2025”, acrescenta.
As melhorias nos parâmetros referentes à dívida e liquidez e à gestão e política orçamental são os fatores-chave para as atualizações, assinala a agência.
A perspetiva estável reflete a visão que os fundamentais económicos sólidos ajudam a equilibrar os riscos ligados à taxa de inflação acima da meta e ao forte aumento nas taxas de juro.
“A inflação e as taxas altas podem persistir por mais tempo do que o atualmente previsto e podem prejudicar as perspetivas de crescimento económico, especialmente devido à grande maioria dos empréstimos dos créditos de taxa variável na economia”, acrescenta.
No entanto, destaca que “a recuperação liderada pelas exportações de Portugal foi acompanhada por um crescimento contínuo do emprego, da participação laboral e dos rendimentos”.
Sublinha ainda que o setor bancário parece sólido para conseguir “absorver qualquer futura deterioração na qualidade dos ativos” decorrente de custos mais altos de capital e stress do setor financeiro.
A DBRS aponta ainda que o “rating” de Portugal poderá ser melhorado se o Governo conseguir alcançar uma redução do rácio da dívida pública face ao PIB mais rápida do que o esperado ou se o país aumentar a resiliência económica e crescimento potencial.
Por outro lado, a avaliação da dívida soberana portuguesa poderá ser revista em baixa se o compromisso com políticas macroeconómicas sustentáveis diminuir, resultando numa perspetiva significativamente pior para as finanças públicas.
Em janeiro deste ano a agência de notação financeira tinha apenas confirmado a avaliação da dívida soberana portuguesa, depois de em agosto do ano passado ter subido o “rating” de Portugal portuguesa de “BB (alto)” para “A (baixo)”.
Segundo o calendário das agências a próxima a pronunciar-se será a Standard & Poor”s (S&P) em 8 de setembro.
O “rating” é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
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