Do campus da Nova SBE em Carcavelos para as salas de negociação em bolsa. A Euronext, que gere as bolsas de Lisboa, Paris, Bruxelas e Amesterdão, trouxe para Portugal o campo de treino de tecnológicas com potencial de cotarem nos mercados de capitais. Ontem, e durante este sábado, a operadora de bolsa reúne mais de cem empresas tecnológicas no primeiro campus da TechShare em Portugal.
Nove das empresas são portuguesas. As potenciais candidatas nacionais a ir para bolsa são a Innowave, Crioestaminal, Heptasense, PIC Advanced, Sensei, Videobserver, Viva Superstars, Void Software e a Wine With Spirit. É o maior contingente português de todas as edições do TechShare, o programa da Euronext para mostrar às tecnológicas europeias quais os desafios e as potenciais vantagens de ir para bolsa. Aliás, a atual edição deste ano do TechShare é a mais concorrida de sempre.
“Temos nove empresas [portuguesas] presentes o que é um sucesso e prova que o ecossistema tecnológico em Portugal está a crescer de forma progressiva”, diz, ao Dinheiro Vivo, Anthony Attia.
Com a edição deste ano, são já 23 as tecnológicas portuguesas que passaram por programas TechShare. No entanto, nenhuma delas deu ainda o passo de ir para a bolsa. “Ao ecossistema português falta ainda financiamento em estágio inicial para ajudar as startups a atingir a maturidade e a crescer de forma significativa de forma a considerarem seriamente uma OPV [Oferta Pública de Venda]”, explica.
O responsável da Euronext reconhece que é difícil prever qual o número de empresas que passaram pela TechShare que darão o passo da ida para a bolsa. Mas realça que “com 23 participantes de Portugal poderemos esperar algumas entradas nos próximos anos”.
A nível global, o TechShare teve cerca de 145 empresas participantes nas três últimas edições. Dessas, apenas quatro entraram em bolsa. Anthony Attia adianta que nestes programas são selecionadas pela Euronext “potenciais candidatas a uma OPV num horizonte de 18 a 36 meses”.
Na primeira edição, em 2015-2016, participaram 30 empresas, pelo que a taxa de conversão “é significativa”. Quanto às tecnológicas que participaram nas segunda e terceira edições, Anthony Attia diz que podem ir para o mercado este ano e em 2020. No entanto, admite que “as duras condições do mercado em 2018 levaram ao adiamento de algumas OPV”.
Deixe um comentário