//Debate europeu sobre regras orçamentais enfrenta “contexto difícil”

Debate europeu sobre regras orçamentais enfrenta “contexto difícil”

O ministro das Finanças, Fernando Medina, defendeu nesta terça-feira no parlamento que o debate europeu para o prolongamento da suspensão das regras do défice e da dívida pública será difícil, ao defender o trajeto de consolidação das contas públicas previsto na proposta de Orçamento do Estado para 2022.

“Uma parte importante dos países europeus terminarão 2021 com défices inferiores a 3%”, afirmou, antevendo um “contexto difícil para aqueles que vão defender a derrogação” das regras orçamentais europeias por mais tempo face aos efeitos, neste ano, do choque energético e da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Acusado pela oposição de apresentar um orçamento de austeridade, Medina alertou ainda para a antecipada inversão da atual política monetária seguida pelo Banco Central Europeu, com uma possível subida de juros antes do final do ano, e lembrou que Portugal é o terceiro país europeu com maior nível de endividamento público, atrás de Grécia e Itália. É, disse, o “calcanhar de Aquiles” nacional.

Para 2022, a meta orçamental é chegar a um défice de 1,9% do PIB, com a dívida pública medida contra o produto do país nos 120,7%.

“Estamos numa trajetória de diminuição e temos de a prosseguir. Porquê? Porque de facto há uma diferença em relação a outros países da Europa, que podem ter outros ritmos de redução. É que o nosso patamar é particularmente elevado”, justificou Medina.

Da parte do principal partido da oposição, PSD, o ministro das Finanças foi questionado sobre a disponibilidade do governo para na proposta orçamental ir ainda além dos 0,9% de atualização salarial na função pública neste ano e para aumentar os valores alocados à Defesa. Medina não cedeu.