//DECO recebeu 30 mil pedidos de ajuda de famílias sobreendividadas

DECO recebeu 30 mil pedidos de ajuda de famílias sobreendividadas

Foram 30 mil as famílias portuguesas que, em 2021, pediram ajuda à DECO por não terem capacidade de pagarem as suas dívidas. O número é ligeiramente menor ao registado há dois anos (30.100), mas continua abaixo dos valores pré-pandemia da Covid-19, quando em 2019 o gabinete de apoio prestou informações e aconselhamento financeiro a 29.154 famílias.

Ao todo, no ano passado, o Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS) da DECO apoiou diretamente 2.744 famílias, um número semelhante ao registado em 2020 e 2019, com as moratórias e as medidas impostas pelo Governo para reduzir o impacto económico da Covid-19 a contribuírem para a resolução de situações sem que fosse necessária a abertura de um processo de intervenção.

Desemprego continua a ser a principal causa de dificuldades financeiras

Quase um terço dos pedidos de ajuda têm como principal causa para as dificuldades financeiras o desemprego, que representa 29% de todos os pedidos.

Somando esta causa à perda de rendimentos, à penhora de rendimentos, a negócios mal sucedidos e a situações de precariedade laboral, 80% dos pedidos de famílias têm o emprego como principal causa de dificuldade financeira. Em 2020, quando a pandemia teve o seu maior impacto na economia, esta percentagem era de 77%.

No primeiro trimestre de 2022, a principal causa de dificuldades financeiras reportada é a perda de rendimentos (23%), e não o desemprego (22%). E a DECO avança também que está a aumentar (56%) o aconselhamento relativo à reestruturação de crédito, “o que pode antever um comportamento preventivo das famílias quanto a futuras dificuldades financeiras”. A mesma percentagem era de 52% em 2021 e de 51% em 2020.

Qual o perfil das famílias que pedem ajuda?

A família que pede mais ajuda é composta, em média, por três elementos. Quase metade dos membros tem o ensino secundário (46% em 2021 e 44% em 2022) e tem em regra cinco créditos: dois pessoais, dois de cartões de crédito e um de crédito à habitação.

O valor do crédito à habitação é, em média, de 90 mil euros, um valor superior ao registado pelas famílias com dificuldades financeiras em 2020 (€82.500), tal como a de cartões de crédito – que passou de 7.200€ para 7.500€ em 2021. No entanto, a média dos valores de créditos pessoais diminui, de 22 mil euros para 20,4 mil.

De todos os créditos, foi o de consumo que registou uma maior percentagem de incumprimento no ano passado (33%), que passou a ser de 36% já no primeiro trimestre de 2022, com 32% dos casos a registarem incumprimentos em todos os créditos.

As famílias que pediram ajuda têm uma taxa de esforço média de 78% – quando a recomendável é de apenas 35% – gastando 860€ dos seus 1.100€ de rendimento médio no pagamento de créditos.

Para esta estatística, a DECO inclui estimativas de despesas essenciais, que em 2021 aumentaram substancialmente, de 383 para 448 euros, devido ao preço da eletricidade, telecomunicações e alimentação.

Quase metade dos pedidos de ajuda vêm de famílias com trabalhadores no setor privado (44%) e o valor aumentou para mais de metade no primeiro trimestre de 2022 (53%). Trabalhadores do setor público representam apenas 15% dos sobreendividados, tal como desempregados.

Uma tendência que se inverteu no início de 2022 é o estado civil de quem tem dificuldades financeiras. No ano passado, 42% dos pedidos de ajuda vieram de pessoas casadas ou em união de facto, com a percentagem de solteiros a ser de 34% e a de divorciados a baixar para os 19%, mas no primeiro trimestre deste ano os solteiros passaram a ser quem pede mais ajuda (35%), ultrapassando casados (34%).

71% das famílias portuguesas tiveram dificuldades financeiras em 2021

Quase metade dos pedidos de ajuda vêm de famílias com trabalhadores no setor privado (44%) e o valor aumentou para mais de metade no primeiro trimestre de 2022 (53%). Trabalhadores do setor público representam apenas 15% dos sobreendividados, tal como desempregados.

Uma tendência que se inverteu no início de 2022 é o estado civil de quem tem dificuldades financeiras. No ano passado, 42% dos pedidos de ajuda vieram de pessoas casadas ou em união de facto, com a percentagem de solteiros a ser de 34% e a de divorciados a baixar para os 19%, mas no primeiro trimestre deste ano os solteiros passaram a ser quem pede mais ajuda (35%), ultrapassando casados (34%).

Na semana passada, outro relatório da DECO revelou que 71% das famílias portuguesas relataram dificuldades em pagar as suas contas no ano passado, com a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor a alertar para maiores dificuldades financeiras em relação a 2020.

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