Sem ajustamentos, o défice já teria ultrapassado em junho a meta do Governo para este ano. As contas são do Conselho das Finanças Públicas (CFP).
Os técnicos do gabinete liderado Nazaré Cabral apontam para um défice de 7,6% nos primeiros seis meses, tendo em conta a receita cobrada e a despesa realizada. Mas com as medidas excecionais entretanto adotadas, o défice no primeiro semestre baixa para 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Há cerca de 2 mil milhões de euros em falta nas contas do primeiro semestre, devido a medidas excecionais entretanto adotadas. Graças a estes ajustamentos temporais, receita adiada e despesa antecipada, o défice das administrações públicas, até junho, era de 5.240 milhões de euros. Ou seja, 5,4% do PIB.
Sem estes ajustamentos, o défice no final de junho já estava em 7,6%, claramente acima do objetivo de 7%, definido pelo Governo para 2020. Mesmo sem as receitas fiscais que viram a cobrança adiada, o défice fica em 6%.
As contas continuam a apresentar uma deterioração significativa, sublinha o Conselho das Finanças Públicas. Enquanto a despesa aumentou mais de 2 mil milhões, a receita desceu quase 2 mil milhões.
Este resultado já inclui as medidas para responder à pandemia e mais de mil milhões para a recapitalização do Novo Banco.
Só a despesa, nos primeiros seis meses do ano, representou 45,5% da riqueza produzida no país.
A dívida continua também a aumentar, subiu 6,6 pontos percentuais, para mais de 126% do PIB.
Ainda assim, está abaixo da última previsão das finanças, que aponta para 133,8%.
O gabinete liderado Nazaré Cabral alerta para o “elevado grau de incerteza acerca da persistência dos efeitos económicos da pandemia, que podem afetar o segundo semestre, com impacto relevante na estimativa anual avançada pelos diferentes previsores”.
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