“Portugal é, definitivamente, um mercado importante e já estamos a ver um crescimento muito bom em relação a 2019 (antes da pandemia). Os resultados que temos conseguido devem-se às boas campanhas que temos feito”, diz à Renascença Soraya Al Olama, gerente das operações internacionais do Turismo do Dubai.
Pouco antes, em conferência de imprensa, também Cibele Moulin, gerente sénior do mesmo gabinete, tinha referido que nos primeiros três meses deste ano, o número de turistas portugueses que visitaram o Dubai cresceu 33% em relação ao mesmo período de 2019. “O mercado português recuperou quase 60% do volume pré-pandemia, acima da média geral de 44%, o que é muito bom para nós”. Se em 2019 os portugueses ficavam, em média duas ou três noites, agora, já podem ser cinco ou seis. “A média está exatamente em 5,4 noites.”
Mas a responsável não revela nem números de turistas, nem qual é o investimento que o Turismo do Dubai está a fazer nas diversas campanhas para atrair mais portugueses para o destino.
Uma delas é a campanha de verão, que permite fazer sete noites no Dubai e pagar apenas cinco. “Uma oportunidade para ter um destino de luxo a preços mais acessíveis”.
À Renascença, Soraya Al Olama admite que há uma ideia de que o Dubai é um destino de férias caro, nomeadamente no alojamento. Por isso, faz questão de frisar que há diferentes categorias entre os cerca de 800 hotéis disponíveis, “para todas as carteiras e gostos, sempre com qualidade. Um hotel de três ou quatro quatro estrelas no Dubai corresponde a um cinco estrelas normal”.
A melhor altura para visitar o Dubai é entre o início do Outono e abril-maio, ou seja, quando as temperaturas são mais “amenas”. No Verão os termómetros podem atingir os 50ºC e por isso, esta é a chamada “época baixa”. Mas é a altura em que os europeus, em grande parte, fazem férias e o Dubai também quer apanhar a onda, promovendo campanhas, com descontos nas viagens, alojamento e nas diversas atrações.
Há muitas atividades que podem ser realizadas, nomeadamente, em espaços “interiores” como o Museu do Futuro, piscinas ou nas praias (públicas ou de resorts), refere Cibele Moulin. Admite que inicialmente, este não era um atrativo que pensavam vender para Portugal, mas em relação ao qual descobriram interesse dos turistas nacionais.
Neste momento, há voos diários entre Lisboa e o Dubai, mas a partir de 1 de julho, a Emirates passa a realizar duas ligações diárias. Cibele Moulin admite que mais tarde, venha a ser retomada a ligação a partir do Porto.
No entanto, a cidade/emirado dos Emirados Árabes Unidos junto ao Golfo Pérsico pode ser também ponto de passagem para outros destinos do globo. Por isso, há uma aposta nos programas combinados (stopover), com uma escala no Dubai e de preferência, de vários dias.
Depois da EXPO, o Mundial de Futebol do Qatar
Em plena pandemia de Covid-19, o Dubai não parou. Foi o primeiro destino a “abrir” e tornou-se o mais popular, “da moda”. No primeiro trimestre deste ano, a ocupação hoteleira foi de 82%, a mais alta do mundo. Para este ano, o objetivo é a recuperação total face a 2019.
A EXPO Dubai – que decorreu de 1 de outubro do ano passado até ao fim de março deste ano – foi mais uma forma de dar visibilidade a este destino do Médio Oriente. Em seis meses, mais de 24 milhões de pessoas visitaram a exposição mundial, estiveram na cidade e se as estatísticas se confirmarem, um quarto pode regressar nos próximos 12 meses.
E porque não para acompanhar o Mundial de Futebol, agendado para novembro e dezembro no Qatar (21 de novembro a 18 de dezembro). Este país vizinho dos Emirados Árabes Unidos vai organizar o Mundial, mas não tem alojamento para acolher os muitos milhares de pessoas que se vão deslocar para assistir aos jogos e apoiar as suas seleções. A uma hora de avião, o Dubai quer aproveitar a oportunidade e apresenta-se como uma solução “para antes, durante e depois dos jogos”. Além dos adeptos se poderem deslocar da cidade para os estádios, também podem assistir aos jogos no Dubai, já que serão organizadas diversas “fan zone”.
Num país em que 85% da população é estrangeira, com mais de duzentas nacionalidades, vai ser possível estar com as torcidas de todo o mundo”, diz a brasileira Cibele Moulin.
Soraya Al Olama revelou, entretanto, que a campanha de promoção com vista a atrair turistas a pretexto do mundial de futebol vai ser lançada já em junho.
Dubai é muito mais que arquitetura moderna
“Reservem pelo menos cinco ou seis noites para o Dubai porque há muita coisa para fazer e muito para ver”. É o conselho d Soraya Al Olama aos portugueses que estão a pensar em lá fazer férias ou pelo menos, uma escala a caminho de outros destinos.
Admite que ao princípio as pessoas podem manifestar menos interesse porque o emirato é mais conhecido pelos elevados edifícios e ilhas artificiais. Mas garante: “o Dubai é muito mais do que arquitetura moderna em que se quebram muitos recordes mundiais”.
O emirado governado pelo emir Mohammed bin Rashid Al Maktoum celebrou meio século o ano passado, mas há um longo passado na cultura árabe. Por isso, a visita pode começar pela parte antiga do Dubai, com casas típicas (e baixas) e mercados árabes, especialmente de ouro e especiarias, o Bairro histórico Al Fahidi. “Muita gente não conhece a nossa cultura, temos uma cultura antiga muito bonita e definitivamente, tenho que recomendar uma visita a estes lugares”.
No coração da cidade fica o edifício mais alto do mundo: o Burj Khalifa tem 828 metros de altura e na plataforma do piso 124 pode ter-se uma vista panorâmica de 360º. Na base está a Dubai Fountain, em que os jatos de água que podem atingir 150 metros de altura e luz se agitam ao som da música.
Também ali ao lado, fica o maior centro comercial do mundo – o Dubai Mall – com mais de 1.200 lojas, em que se pode encontrar de tudo um pouco e especialmente, as grandes marcas. É apenas um dos muitos espaços de compras que existem na cidade.
Entre as novidades está o Museu do Futuro, que transporta quem o visita para 2071. De record em record do Guiness, na Deep Dive, a piscina de mergulho mais profunda do mundo (com mais de 60 metros) é possível não apenas mergulhar como encontrar uma cidade submersa. Pelo contrário, nas alturas, está a Aura Skypool, a piscina infinita mais alta do mundo, no topo do arranha-céus Palm Tower, a 210 metros do solo e com vista panorâmica 360º.
Para quem gosta mesmo de andar nos ares, pode ainda optar pela “roda gigante” Ain Dubai que sobe até aos 250 metros. Para somar adrenalina ao gosto pelas alturas, há saltos de paraquedas.
Para quem viaja em família, mesmo com crianças pequenas, há diversos parques temáticos, adequados a todas as idades, assim como as praias públicas ou em resorts.
Para Soraya Al Olama, a visita também deve incluir Hatta, uma cidade de montanha a 40 minutos do Dubai, onde é possível praticar alguns desportos radicais, andar de caiaque no lago ou simplesmente, acampar.
Outra experiência a não perder, segundo a responsável do Turismo do Dubai, é um safari no deserto árabe, com diversas atividades, das mais radicais como andar de motoquatro às mais calmas, como um banquete debaixo de estrelas.
Um destino seguro
Além das muitas atrações para as quais quer captar os turistas, esta responsável do turismo do Dubai que esteve em Portugal sublinha a segurança, incluindo a sanitária. E garante que é um destino seguro, nomeadamente para as mulheres: “Somos o 3.º destino mais seguro para mulheres que viajam sozinhas. Eu sou uma mulher emiradense não cubro o meu cabelo e visto o que quero”, justifica Soraya Al Olama.
Devido às temperaturas altíssimas que se verificam no Médio Oriente entre junho e julho, o Mundial 2022 vai realizar-se no outono do hemisfério norte. O primeiro jogo da competição realiza-se a 21 de novembro e a final está marcada para 18 de dezembro. A primeira fase joga-se de 21 de novembro a 2 de dezembro, os oitavos de final jogam-se entre 3 e 6 de dezembro, os quartos de final a 9 e 10 de dezembro, as meias-finais a 13 e 14 de dezembro, o jogo do terceiro e quarto lugar a 17 de dezembro e a final a 18 de dezembro.
O Qatar deve apresentar nessa altura temperaturas máximas de 24 graus e mínimas de 15 graus.
O Mundial 2022 vai ter oito estádios espalhados por cinco cidades do país.
O Qatar vai permitir a venda de álcool durante o Mundial em hotéis, restaurantes e bares licenciados, para além das “fan zones” oficiais da FIFA.
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