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O presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, considerou hoje que, apesar do preço das casas, o conjunto de reestruturações efetuado, conjugado com baixas taxas de desemprego tem travado o crédito malparado.
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“Tem-se conseguido um conjunto de medidas, designadamente um conjunto vasto de restruturações que tem feito – conjugado com o elevado preço das casas e com taxas de desemprego baixas — que, basicamente, não tem havido aumento de malparado” nem junto das empresas nem dos particulares, referiu Paulo Macedo.
O gestor falava em mais um “Encontros Fora da Caixa” que decorreu hoje em Lisboa, e que teve por tema geral “perspetivar 2024”, e em que abordou a questão das taxas de juro e o impacto da sua subida junto das famílias e das empresas.
Paulo Macedo referiu-se ainda aos novos indicadores do mercado de futuros que levam a que as perspetivas apontem agora para uma baixa de taxas de juro mais cedo, ainda que acredite que não devem esperar-se descidas no primeiro trimestre.
“As perspetivas são de uma descida das taxas de juro mais cedo”, referiu notando que uma das preocupações das famílias e empresas é, além do nível absoluto atual das taxas, o período durante o qual os juros vão continuar altos.
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Num painel que se seguiu à apresentação de Paulo Macedo e referindo-se à questão dos juros, Pedro Brinca, economista e investigador associado da Nova SBE, salientou o desfasamento de tempo que existe entre a subida das taxas de juro e o seu impacto na economia real, que oscila entre os 12 e os 18 meses, notando que este ‘timing’ sugere que “o grosso” dos impactos ainda estará para chegar.
O economista e presidente do ISEG João Duque, outro dos convidados do mesmo painel, referiu, por seu lado, que junho poderá ser o “ponto de viragem” em relação às taxas de juro, ainda que acredite que o ‘timing’ será sobretudo influenciado pelo impacto que a política monetária do Banco Central Europeu (BCE) possa ter nas grandes economias dos países do centro da Europa.
Orador convidado da “Conversas fora da Caixa”, o presidente da Comissão Executiva da Mota Engil, Carlos Mota Santos, referiu que a empresa regista neste momento um valor “histórico” da carteira de encomendas: 14 mil milhões de euros, que compara com os 12,6 mil milhões registados no final do ano passado. O volume de faturação, disse também, ascendeu aos quatro mil milhões de euros no terceiro trimestre.
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