Partilhareste artigo
O número de inscritos nos centros de emprego voltou a subir pelo terceiro mês consecutivo. Em outubro, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) registou 289 125 desempregados, um aumento de 0,7% face ao mês anterior, ainda que configure uma descida de 17,8% em termos homólogos, segundo o relatório do IEFP divulgado esta segunda-feira.
Relacionados
Até julho deste ano, o desemprego tinha vindo consecutivamente a baixar, atingindo o valor mais baixo de sempre: 277 466 inscritos nos centros de emprego, uma redução de 24,7% face a julho de 2019, ano de pré-pandemia, e uma quebra de 1,8% em relação a junho deste ano. Mas, em agosto e setembro, o desemprego voltou a subir em cadeia, interrompendo o ciclo de recuperação do mercado de trabalho.
Segundo os relatórios do IEFP, em agosto, o número de desempregados cresceu 1,9% face ao mês anterior para 282 847. Ainda assim, representou uma quebra de 24,7% em termos homólogos. Em setembro, e pelo segundo mês consecutivo, a tendência agravou-se com o IEFP a registar uma nova subida, agora de 1,6%, para 287 240 inscritos, ainda que um recuo de 20% em termos homólogos.
Homens com menos de 25 anos agravam desemprego
A degradação do mercado de trabalho em outubro face ao mês anterior deveu-se sobretudo ao crescimento do desemprego junto da população masculina com menos de 25 anos. Segundo o relatório do IEFP, os centros de emprego registaram mais 2354 homens, uma subida de 1,9%, e mais 1415 jovens com menos de 25 anos, um crescimento de 4,5%. O desemprego também aumentou junto dos inscritos há menos de um ano nos centros de emprego: há mais 5195 desempregados nesta situação, um aumento de 3,2%.
Quanto ao nível de habilitações literárias, o aumento de trabalhadores sem emprego verificou-se sobretudo junto da população menos qualificada, isto é, sem nenhum nível de instrução: mais 1339 pessoas, um aumento de 5,2%. Mas também entre os que têm o ensino secundário completo: mais 1164 inscritos nos centros de emprego, um agravamento de 1,3% face a setembro. Este nível de qualificação é, aliás, o que apresenta mais desempregados registados: 89 247, ou seja, 30,9% do total de 289 125 desempregados registados.
Subscrever newsletter
Por regiões, o IEFP revela que o maior aumento do desemprego registou-se no Algarve, que observou um aumento de 20% no número de inscritos nos centros de emprego.
No que respeita à atividade económica de origem do desemprego, o boletim do IEFP assinala que dos 244 634 desempregados inscritos nos serviços de emprego do Continente, “72,5% tinham trabalhado em atividades do setor dos serviços, com destaque para as “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (que representam 31,1% do total); 19,8% eram provenientes do setor secundário, com particular relevo para a “construção”(6,4%); 4,8% pertenciam ao setor agrícola”.
Contudo, e em relação a outubro de 2021, o desemprego diminuiu em todos os grandes setores: no agrícola, com uma redução de 4,2%, no secundário, com uma queda de 18% e no terciário com uma retração de 18,3%.
Ofertas e colocações em queda
Analisando a evolução das ofertas de emprego recebidas e as colocações, verifica-se uma quebra tanto em relação ao mês anterior como em termos homólogos.
Em outubro, o IEFP registou 9 529 ofertas de emprego, menos 22,6% em relação a setembro e uma redução 26,1% em relação a outubro de 2021.
Quanto às colocações, os centros de emprego conseguiram dar trabalho a 6 756 pessoas, uma diminuição de 25% face a setembro e uma quebra de 15,7% em termos homólogos.
Deixe um comentário