A despesa do Estado com juros da dívida pública situou-se em 5.058 milhões de euros até julho, um aumento homólogo de 3,8%, superior ao previsto pelo Governo para o conjunto do ano, segundo a UTAO.
O aumento verificado entre janeiro e julho de 2018 é “superior ao crescimento previsto no Orçamento do Estado para 2018 para o conjunto do ano (1,4%)”, avança a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) na nota mensal sobre a dívida pública.
De acordo com os técnicos do parlamento, o aumento “é determinado pelo acréscimo dos juros associados a Obrigações do Tesouro (OT)”, que passou de 3.382 milhões para 3.643 milhões de euros.
“Esta subida deve-se ao efeito quantidade -aumento do ‘stock’ destes títulos de dívida pública”, acrescentam.
Por outro lado, houve uma redução da despesa com juros dos empréstimos no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF), de 970 milhões para 743 milhões de euros.
A evolução homóloga deve-se a amortizações antecipadas dos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) durante o último ano (de 11,1 mil milhões em julho de 2017 para 4,6 mil milhões em julho de 2018).
Quanto aos Bilhetes do Tesouro (BT), o montante de juros é negativo em 19 milhões de euros “devido ao facto da curva de rendimentos da dívida soberana de Portugal apresentar taxas de juro negativas para maturidades de curto prazo”.
A despesa com juros pagos sobre os títulos de dívida pública detidos pelas famílias, os Certificados de Aforro e do Tesouro, situou-se em 416 milhões de euros, um aumento homólogo de 3,5%, “inferior ao aumento do ‘stock’ médio destes títulos de dívida pública no mesmo período”, lê-se na nota.
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