//Dez anos depois, Portugal ainda não recuperou da crise

Dez anos depois, Portugal ainda não recuperou da crise

Segundo dados do Banco de Portugal, as vendas de bens e serviços ao exterior chegaram a ultrapassar os 10% em 2007, antes da crise, e regressaram mesmo a estes valores no início de 2010. Depois disso, a maior recuperação foi registada no final de 2013, início de 2014, mas ainda não chegámos sequer aos níveis pré-crise.

Dívida Pública

A dívida pública não tem parado de subir desde que Portugal entrou em crise, e mesmo já com a troika no país, manteve a tendência ascendente, até atingir o pico, no segundo semestre de 2016, acima de 132% do PIB, na ótica de Maastricht, que conta para Bruxelas. Só então assumiu de facto uma tendência de descida e, já no final de 2018, chegou aos 121,5%, um valor mais baixo, mas ainda longe dos 67,4% do PIB registados no início de 2008 e longe de 60%, a meta de redução definida pela Comissão Europeia.

Ainda de acordo com o Banco de Portugal, esta redução da despesa pública assentou sobretudo, entre 2011 e 2017, na diminuição do investimento público e dos encargos com salários face ao PIB. Na prática, refletiu-se em cortes nos “encargos com assuntos económicos, educação, saúde, defesa e segurança e ordem pública”, neste período registaram mesmo uma das maiores reduções na área do euro, tendo em conta o peso na riqueza produzida.

O Governo de António Costa acredita que a dívida pública estará abaixo de 100% até 2023, segundo o Programa de estabilidade 2019-2023. Uma projeção assente num défice de 0,2% em 2019 e excedentes a partir de 2020. A confirmar-se, será a primeira vez, em democracia, que sobra dinheiro a um governo no final do ano, que a máquina do Estado não gasta mais do que aquilo que produz.

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