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Dezenas de milhares de pessoas protestaram hoje em Barcelona contra uma eventual lei de amnistia para os independentistas catalães em Espanha, que, ao que tudo indica, fará parte do acordo dos socialistas para formar governo.
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Sob o lema “Em meu nome não: nem amnistia, nem autodeterminação”, o protesto juntou, ainda que não à cabeça, os líderes dos partidos do arco da direita, PP e Vox, respetivamente Alberto Núñez Feijóo e Santiago Abascal, bem como o líder do partido Ciudadanos na Catalunha, Carlos Carrizosa.
Em causa está a negociação, entre os socialistas do PSOE e os partidos independentistas catalães para formar governo em Espanha – onde a crise política se arrasta desde julho -, de uma amnistia para os envolvidos na tentativa de autodeterminação da Catalunha em 2017.
No dia 3, e após uma primeira tentativa frustrada de Alberto Núñez Feijóo (o mais votado nas eleições de julho) para formar governo, o rei de Espanha indicou o líder do PSOE, Pedro Sánchez, para o fazer.
Nesse dia, o recandidato ao cargo de primeiro-ministro de Espanha não negou a possibilidade de amnistiar os implicados na tentativa de autodeterminação, dizendo que é a hora “da generosidade e da política”.
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Hoje, em resposta, a Societat Civil Catalana (SCC), organização de base criada em 2014 com o objetivo de promover a união entre Catalunha e Espanha e combater o movimento independentista, encheu o Passeig de Gràcia, em Barcelona.
Segundo a organização, a marcha juntou 300 mil pessoas, número que a polícia de Barcelona baixa para 50 mil.
O vice-presidente da SCC, Álex Ramos, acrescentou que 400 mil pessoas seguiram o protesto pela internet, via ‘streaming’.
Na marcha, onde se ouviram palavras de ordem como “Puigdemont, na prisão”, referindo-se ao líder do movimento independentista catalão, também marcaram presença a presidente da comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, e outros dirigentes políticos do PP nas regiões de Andaluzia, Múrcia e Aragão.
Num dos cartazes descritos pela agência espanhola Europa Press, acusava-se o rei Filipe VI de cobardia, por “vender Espanha por cinco votos”, e noutro prometia-se: “Nem esquecimento, nem perdão.”
A cabeça da marcha transportou uma bandeira gigante de Espanha, acompanhada por outras bandeiras trazidas pelos manifestantes, da União Europeia, da Catalunha, da Polícia Nacional e até do Vox (partido de extrema-direita), apesar de a organização ter pedido aos participantes para não levarem símbolos partidários.
Houve alguns momentos de tensão entre participantes e pessoas que expressaram uma opinião contrária, mas sem registo de agressões, segundo a agência espanhola Europa Press.
Já a agência espanhola Efe relata que a polícia de Barcelona deteve uma mulher — que empunhava um cartaz que criticava o rei Filipe VI por ter designado Pedro Sánchez para formar governo e tentava chegar ao início da marcha — por desordem pública e atentado aos agentes de segurança, depois de esta recorrer a um ‘spray’ de defesa pessoal contra várias pessoas à sua volta.
Perto de três mil pessoas poderão beneficiar de uma amnistia, uma vez que os processos judiciais não visaram só os membros do governo regional de então e do parlamento autonómico, mas também centenas de autarcas ou diretores de escolas, por exemplo, que autorizaram a abertura de espaços para a realização do referendo sobre a independência da Catalunha, em 01 de outubro de 2017, que tinha sido declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional de Espanha.
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