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O diretor-geral da COP28 afirmou hoje que as Cimeiras do Clima das Nações Unidas “não precisam de mais negociadores, mas que as partes cumpram os seus compromissos” para se alcançar resultados e recuperar a confiança e a esperança.
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Em entrevista à agência Europa Press, Majid Al Suwaidi, diretor-geral da 28.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), defendeu a necessidade de se recuperar a “esperança, o otimismo e o entusiasmo que houve depois do Acordo de Paris sobre o Clima em 2015”, para que a ação climática seja algo de que a população mundial “se possa orgulhar”.
A entrevista foi dada por ocasião da sua participação, em Madrid, na Cimeira do Clima e da Energia, convocada esta semana pela Agência Internacional de Energia e pelo Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico de Espanha.
A COP28 decorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro nos Emirados Árabes Unidos, reunindo perto de 200 países para debater medidas e objetivos no contexto das alterações climáticas.
“É muito importante ir à COP28 e obter resultados poderosos”, insistiu Al Suwaidi, para quem o processo climático precisa de pessoas com capacidades técnicas para avançar.
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O representante da cimeira mundial, natural dos Emirados Árabes, participou como negociador do seu país na COP21 de Paris, em 2015, na qual se alcançou o Acordo Climático, atual base da ação contra a emergência climática.
“De certa forma, estamos a ter as mesmas conversações que tínhamos na altura. Estou surpreendido porque quando saí de Paris pensei que já tínhamos alcançado o resultado político. Agora, para avançar, as cimeiras sobre o clima não precisam de pessoas como eu. O processo não precisa de negociadores, mas sim de técnicos que se encarreguem da implementação, e hoje não temos isso”, alertou, insistindo na importância de a próxima reunião internacional “produzir resultados”.
Majid Al Suwaidi criticou o facto de haver uma comunidade de pessoas, especialmente jovens, realmente interessadas em encontrar soluções para o problema climático, enquanto os países estão “presos” no ciclo político, apesar de já se saber que o planeta “não está no caminho para atingir os objetivos de Paris”.
Limitar o aumento do aquecimento global a 1,5 graus centígrados, reiterou, é “possível”, porque a receita é conhecida e inclui, por exemplo, a proposta defendida esta semana pela Agência Internacional de Energia, em Madrid.
“Sabemos o que temos de fazer para atingir o objetivo de Paris, temos a tecnologia. É por isso que é muito importante que as partes na COP28 tenham conversas honestas”, argumentou.
Quanto à transição energética, salientou que é necessário reduzir 22 gigatoneladas de emissões de gases com efeito de estufa, razão pela qual alertou para a importância de se construir hoje o sistema energético do futuro.
“A descarbonização da energia não pode ser feita de um dia para o outro. O caminho traçado em Paris passa pela melhoria da eficiência energética através de diferentes fórmulas, como a captura e armazenamento de dióxido de carbono”, sublinhou.
Majid Al Suwaidi considerou que os países desenvolvidos não estão a cumprir os investimentos prometidos no domínio climático e que o mundo está “no mesmo ponto em que estava em 2015”, apelando também a uma transformação do sistema financeiro internacional e das instituições.
“Precisamos de nos concentrar nos problemas das pessoas, pensar em como nos podemos adaptar de uma forma que seja justa para todos”, observou o diplomata dos Emirados, dizendo ser crucial conseguir um melhor sistema alimentar, melhor saúde, culturas mais resilientes e uma redução da vulnerabilidade das populações às alterações climáticas.
Relativamente à COP28, prometeu que nenhum grupo será excluído das conversações sobre o clima.
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