Partilhareste artigo
O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) afirma que a diversificação, quer de mercados quer de oferta, continua a animar o Natal e final do ano na hotelaria.
Relacionados
Questionado pela Lusa sobre as previsões para este fecho de ano, Bernardo Trindade começou por lembrar que nos últimos anos surgiu “uma dinâmica muito interessante”, e que constitui “uma alteração de paradigma”, que é o facto de muitas pessoas passarem a consoada em unidades hoteleiras.
“A maioria dos portugueses, em concreto, celebra as festividades em casa, em casa de família, mas nós inaugurámos uma nova prática que é a circunstância de que podemos fazê-lo em unidades hoteleiras e isso tem vindo a crescer um pouco por todo o país”, afirmou à Lusa.
Apesar de a AHP só mais tarde apresentar os dados para a época festiva, após consultar os associados através de inquéritos, o responsável refere que a perceção é que esta última quinzena do ano não é exceção ao passado recente.
“Obviamente, deixa-nos muito satisfeitos. Temos confiança na qualidade e na relação que mantemos com os clientes nacionais. São uma resposta importante também porque, obviamente, as regiões portuguesas têm níveis de sazonalidade diferentes. O Algarve tem a partir do mês de novembro uma sazonalidade acentuada que se prolonga até ao final do primeiro trimestre [do ano seguinte]. E muitas vezes, o que acontece, então, é que as famílias hoje já optam por fazê-lo [consoada] em unidades hoteleiras, nomeadamente aquelas que se mantêm abertas no Algarve, a nossa principal região turística”, explicou.
Subscrever newsletter
Ainda assim, garante, esta é uma situação que vem a acontecer um pouco por todo o país.
Na quarta-feira, a Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) anunciou que a taxa de ocupação por quarto na região atingiu 44,2% em novembro, valor que, ainda assim, ficou 1,3 pontos percentuais acima do verificado no mesmo período de 2022 e mais 0,4 pontos percentuais que em novembro de 2019, ano anterior à pandemia de covid-19.
Sobre o final do ano e confrontado com a conjuntura de taxas de inflação e juros altos, o presidente da AHP afasta uma retração da procura, apontando “dois efeitos importantes” que é a diversificação em termos de mercados e da oferta.
“O que sentimos é uma crescente diversificação dos mercados internacionais. Hoje mais espalhados em função um pouco do reconhecimento de Portugal enquanto destino de lazer. Portanto, nós podemos acrescentar novos mercados com mais força. O mercado americano é um excelente exemplo de 2023, o mercado canadiano, a recuperação do Brasil, a recuperação de alguns países da União Europeia. E isso é bom”, refere.
“Por outro lado, e isto de alguma maneira impacta no mercado nacional, temos diferentes tipos de empreendimentos turísticos. Nós na hotelaria temos também o turismo rural, o turismo de habitação e isso, de alguma maneira, permite, em função do orçamento das famílias fazer acomodar essas ofertas [a essa realidade]. (…) Se há menos rendimento disponível pode, nomeadamente, determinar que eu para aquele hotel daquela categoria possa não ir, mas tenho outras ofertas. A nossa resposta é um bocadinho ter várias ofertas em função do rendimento disponível que a família tenha e isso é positivo”, conclui.
O setor do alojamento turístico registou 7,4 milhões de dormidas em outubro, mais 8,5% do que no mesmo mês de 2022, devido sobretudo aos mercados externos, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE) em 30 de novembro.
Os principais mercados externos foram o britânico (quota de 20% do total de dormidas de não residentes em outubro) e alemão (12,5%), seguindo-se do mercado norte-americano
Deixe um comentário