//Dívida portuguesa foi a que mais rendeu na zona euro em 2018

Dívida portuguesa foi a que mais rendeu na zona euro em 2018

Era uma classe de ativos que os analistas antecipavam que não tinha margem para mais ganhos. Mas a dívida dos países da zona euro surpreendeu, com a maior parte das obrigações soberanas a valorizar em 2018, segundo dados da Reuters. As perspetivas para estes títulos não eram animadoras já que o Banco Central Europeu iria ao longo do ano reduzir gradualmente as compras de ativos. Mas, ainda assim, os investidores apostaram nestes títulos para fugir à volatilidade das bolsas.

A dívida portuguesa foi a que mais valorizou na zona euro, segundo a Reuters. No prazo a dez anos a subida foi de 4,6%. As obrigações nacionais foram beneficiadas com a retirada do rating do nível lixo pelas três grandes agências de rating. A Standard & Poor’s e a Fitch tomaram essa decisão na reta final de 2017. Já a Moody’s apenas tomou essa decisão em outubro de 2018.

Em 2018 a taxa exigida pelos investidores para deter dívida portuguesa a dez anos baixou de 1,94% para 1,72%. Quando a taxa desce isso implica que o valor da obrigação sobe. Portugal pagou uma taxa de juro média de 1,8% para executar o financiamento do ano, o custo mais baixo de sempre.

A dívida espanhola também esteve no pelotão da frente dos ganhos. A dez anos, rendeu 4,3%. E as obrigações alemãs deram ganhos de 3,36%, tirando partido do estatuto de refúgio em tempos conturbados. Os soberanos da zona euro conseguiram limitar o impacto da turbulência criada pelo diferendo entre Roma e a Comissão Europeia sobre os planos orçamentais de Itália.

Os títulos de dívida italianos estiveram a perder quase 10% em outubro, no pico do diferendo. Mas o acordo selado em dezembro com Bruxelas permitiu conter alguns dos estragos. No entanto, as obrigações italianas fecharam 2018 a dar um prejuízo de 1,78%.

Tal como no ano passado, os analistas não se mostram muito confiantes para as obrigações da zona euro em 2019, antecipando subidas nas taxas e uma consequente descida no valor dos títulos. O apoio do BCE é muito menor, já que as compras líquidas de obrigações terminaram no final de 2018. A partir deste mês, o Eurosistema apenas reinvestirá o valor dos títulos que detém à medida que cheguem à maturidade. No caso da dívida portuguesa, esta nova fase até poderá favorecer as obrigações nacionais em relação às de outros países do euro, segundo os analistas.

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