A dívida pública diminuiu 9,4 mil milhões de euros, para 98,7% do PIB em 2023, ou seja, da riqueza produzida, de acordo com o Banco de Portugal.
Este número fica abaixo da projeção do próprio governo, que no Orçamento do Estado antecipava fechar o ano com a dívida nos 103%.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, consegue assim antecipar em um ano a passagem da fasquia dos 100%. Desde 2009 que Portugal não conseguia ter uma dívida pública tão baixa.
Estes são ainda dados preliminares, que têm por base a estimativa do Instituto nacional de Estatística para o crescimento em 2023, que terá sido de 2,3%, valor também acima das estimativas do executivo demissionário.
Segundo estas contas, na ótica de Maastricht, utilizada por Bruxelas, a dívida pública nacional ficou nos 263 mil milhões de euros. Só em dezembro registou-se uma redução de 4,8 mil milhões, face ao mês anterior.
O Banco de Portugal justifica esta descida, sobretudo, com a “redução de títulos de dívida de curto e de longo prazo (-4,2 mil milhões de euros e -11,0 mil milhões de euros, respetivamente), de certificados do Tesouro (-4,2 mil milhões de euros) e de empréstimos (-3,1 mil milhões de euros)”. Os certificados de aforro também contribuíram, as emissões líquidas atingiram os 14,4 mil milhões de euros.
Além destas operações, as finanças garantiram que a dívida ficava abaixo de 100% através de uma “operação especial” realizada no final de 2023, que passou pelo pagamento de dívidas a fornecedores na saúde ou a recompra de dívida a bancos e seguradoras.
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