//Dívida pública só regressa ao nível pré-pandemia quando acabar o PRR, em 2026

Dívida pública só regressa ao nível pré-pandemia quando acabar o PRR, em 2026

O peso da dívida pública medido em proporção do produto interno bruto (PIB) registou uma forte redução (histórica) em 2021, segundo dados oficiais, do Banco de Portugal.

No entanto, a subida do fardo de endividamento público foi tão pronunciada que o referido fardo só deve regressar aos níveis pré-covid (116,6% do PIB) em 2026 ou mais tarde, indicam projeções recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI). Só quando acabar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou depois, basicamente. Em 2026, o FMI estima ser possível baixar para 115%. Antes disso, é complicado.

A dívida disparou por motivos de financiamento dos enormes custos com a pandemia e para responder a outras exigências assumidas pelo Estado, como a estabilização do setor bancário (empréstimos ao Fundo de Resolução para o Novo Banco, a várias empresas públicas, como a TAP e outras companhias de transportes).

Ontem, o Banco de Portugal, a entidade responsável pelo apuramento desse endividamento público, revelou que “no final de 2021, a dívida pública, na ótica de Maastricht [a que vale para a Comissão Europeia e para a avaliação do país no âmbito do Pacto de Estabilidade], totalizava 269,6 mil milhões de euros, menos 900 milhões de euros do que no final de 2020”.

“Esta redução refletiu amortizações de títulos de dívida, no valor de 4,6 mil milhões de euros, que foram parcialmente compensadas pelo aumento de passivos em depósitos (1,4 mil milhões de euros), nomeadamente depósitos de entidades terceiras junto das administrações públicas e certificados de Aforro e do Tesouro, e em empréstimos (2,4 mil milhões de euros)”, explicou o banco central governado por Mário Centeno.

Esta variação dos empréstimos “foi explicada, sobretudo, pelos montantes recebidos da Comissão Europeia ao abrigo do instrumento europeu SURE (2,4 mil milhões de euros) e do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (400 milhões de euros)”.