O Tribunal de Contas afirma-se sensível à questão dos cuidados de saúde, mas diz que não pode deixar de aplicar a lei. Esta é resposta enviada à Renascença na sequência das notícias sobre chumbos a despesas hospitalares com medicamentos para o cancro.
Os juízes lembram ainda que há dois anos foi enviado ao Ministério da Saúde uma deliberação do tribunal que alertava para a situação vivida nos hospitais, dando o exemplo da recusa – em 2017 e 2018 – a sete unidades hospitalares diferentes.
Já o Ministério da Saúde refere que, face aos constrangimentos financeiros de alguns hospitais, o Governo introduziu duas alterações no Orçamento do Estado para este ano, de forma a garantir a existência de mais fundos disponíveis para as unidades hospitalares.
O tribunal chumbou a compra de dois medicamentos para o cancro por causa das dívidas do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que inclui os hospitais de Santa Maria e Pulido Valente. Os fármacos, que custariam 2,7 milhões de euros, estão indicados para o tratamento do cancro na medula óssea.
A compra foi travada devido aos fundos negativos de mais de 54 milhões de euros do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte. Dívidas acumuladas que violam a chamada Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso, que impede os serviços públicos de avançaram com novos contratos caso não tenham verba disponível para os pagar em três meses.
Deixe um comentário