Três antigos banqueiros do banco suíço Credit Suisse, foram detidos esta quinta-feira em Londres, depois da denúncia emitida por um tribunal em Nova Iorque. Em causa está o envolvimento numa fraude de 1,7 mil milhões de euros (2 mil milhões de dólares) em empréstimos a empresas controladas pelo Estado moçambicano, entre 2013 e 2016. Segundo a BBC, Andrew Pearse, Surjan Singh, e Detelina Subev foram libertados e aguardam agora um pedido de extradição para os EUA.
Os ex-banqueiros “desviaram intencionalmente porções dos recursos do empréstimo para pagar pelo menos 200 milhões de dólares em subornos a si mesmos, a funcionários do governo moçambicano e outros”, refere a denúncia emitida pelo tribunal. Estas acusações incluem a participação nas designadas “dívidas ocultas” em Moçambique.
A imprensa moçambicana adianta ainda que, no mesmo dia, foi também detido nos EUA um ex-executivo do grupo Privinvest Shipbuilding SAL, Jean Boustani. A construtora com sede no Dubai foi a recetora de todos os créditos contraídos ilegalmente, alegadamente para o fornecimento de embarcações de pesca e de vigilância marítima.
Os antigos banqueiros assinaram contratos de financiamento ilegal em representação do Credit Suisse, e Jean Boustani em nome do grupo Privinvest.
As autoridades dos EUA acusam os ex-banqueiros de “contornar os controlos internos”, e garantem que “nenhuma ação foi tomada contra o Credit Suisse. A acusação alega que os ex-funcionários agiram contra o banco, por interesse pessoal e tentaram escondê-lo do próprio banco”.
Neste processo estão envolvidas as empresas Ematum, ProIndicus e Mozambique Asset Management (MAM), e ainda o banco russo VTB.
O antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, também já tinha sido detido na África do Sul, a 29 de dezembro, no decorrer da mesma investigação.
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