Estava consumado o desfecho que naquela unidade de Castelo de Paiva, no distrito de Aveiro, ninguém esperava.
Jacinta antevê tempos muito difíceis para todos os que ali trabalhavam. “Em março vai ser complicado, o meu marido também está em ‘lay-off’, e o que vai receber não vai ser por aí além”, explica. Mas a sua situação até pode nem ser das piores. “Havia lá trabalhadoras em que era só uma pessoa a ganhar e com filhos para sustentar”, lamenta.
“Acho que o patrão não teve respeito com os trabalhadores, senão tinha pagado o mês de março. É complicado. Temos contas e filhos”, afirma preocupada.
À espera do subsídio que ainda está lá longe
Depois do impacto do fecho da fábrica, vem a luta contra ao burocracia para que a situação possa ser resolvida. “Temos agora de tratar dos papeis. Temos de esperar pela carta, porque ainda não somos considerados desempregados. Estamos à espera da carta do despedimento para a meter para o fundo de desemprego”, explica.
Neste processo, este grupo é ajudado pelo Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins, através da líder sindical Fernanda Moreira.
A sindicalista explica que numa altura em que a atenção do país está em conter o Covid-19 não é fácil tratar destes casos, “mas estamos a fazê-lo”. O facto de o administrador judicial que tratará da insolvência da Goldenriver ser de Lisboa, também não ajuda a celeridade no processo, segundo invoca este sindicato.
“Já entrámos em contato com o administrador da insolvência e contatámos os trabalhadores para tratar da papelada e ver a possibilidade de fornecer os modelos dos documentos para eles se inscrever nos centros de emprego. Neste momento, a empresa não pagou e pelos vistos não tem dinheiro para pagar. Ainda são funcionários da empresa, e em abril também ninguém lhes vai pagar”, explica.
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