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Docapesca disse esta quinta-feira que a adesão à greve dos trabalhadores não ultrapassou os 37% e que a maioria das lotas está a funcionar com “total normalidade”, contrariando o balanço feito pelo sindicato que convocou esta paralisação.
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“O nível global de adesão à greve por parte dos trabalhadores da empresa não ultrapassou os 37%, valor muito abaixo do registado na greve anterior (70%), permitindo assim manter ativa a cadeia de abastecimento do pescado fresco ao país”, adiantou fonte oficial da Docapesca, em resposta à Lusa.
Neste sentido, a maioria das lotas exploradas pela Docapesca “está a funcionar com total normalidade”, sendo que, a nível nacional, Sagres foi o único estabelecimento encerrado.
Por sua vez, o Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (Simamevip), que convocou a paralisação, apontou hoje que a greve levou ao encerramento da maioria das lotas, com exceção de Sesimbra, lamentando a ausência de respostas.
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“[…] Tirando uma lota com algum significado, que é Sesimbra, as restantes, praticamente, estiveram encerradas. Numa ou em outra lota esteve apenas um trabalhador a fazer alguns serviços”, afirmou o dirigente Simamevip Frederico Pereira, em declarações à Lusa, ressalvando que ainda não tem números concretos de adesão.
O sindicalista referiu que em algumas lotas foram utilizados trabalhadores “de forma ilegal”, tendo já sido apresentada uma queixa formal.
Segundo a nota da Docapesca, nos estabelecimentos de venda onde a greve teve maior expressão “foram adotados mecanismos de funcionamento simplificado”, garantindo a disponibilidade “do serviço público prestado pela empresa ao setor económico da pesca”.
A mesma fonte referiu ainda que as lotas e postos de vendagem concessionados a terceiros não estavam abrangidas pelo pré-aviso de greve, tendo mantido “a sua plena atividade”.
Na quarta-feira, a Docapesca lamentou o impasse negocial com o sindicato da CGTP, considerando que a proposta que fez beneficiaria os trabalhadores e disse que a greve de três dias irá penalizar a economia.
“A Docapesca continua empenhada em melhorar as condições dos seus, assim como em minimizar as gravosas consequências de mais esta greve, que irá afetar negativamente a atividade económica do país, num contexto de forte incerteza que se vive como resultado do conflito no leste europeu”, referiu, em comunicado, a empresa pública responsável pela gestão dos portos de pesca e organização da primeira venda de pescado em Portugal Continental.
Segundo esta empresa, as negociações com os sindicatos Simamevip (CGTP) e Sindepescas (UGT), que estavam interrompidas desde março de 2022, foram recentemente retomadas, pois reconheceu ser baixo o valor do salário mínimo nacional pago a 60% dos trabalhadores, pelo que iniciou “um processo de revisão da tabela salarial, com impacto nos próximos anos, e um ajuste imediato nos escalões da tabela, a qual remonta a 2018”.
A Docapesca referiu que as estruturas sindicais reconheceram a importância da retoma negocial, mas “não demonstraram concordância com o valor do ajuste imediato às remunerações, inicialmente apresentado”, pelo que fez uma nova proposta, desta vez de um aumento salarial de 20 euros a todos os trabalhadores que auferem remunerações até 750 euros e um aumento de 10 euros para os restantes trabalhadores, com efeitos a 01 de julho de 2022.
Contudo, acrescentou, que o sindicato afeto à CGTP voltou a recusar proposta e manteve o pré-aviso de greve para os dias 9, 11 e 13 de junho.
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